Celia Rose Gooding traça o futuro de Uhura em Strange New Worlds

Durante a convenção STNJ: Trek To New Jersey, realizada em setembro pela Creation, Celia Rose Gooding, a intérprete da jovem Uhura em Star Trek: Strange New Worlds, se apresentou para compartilhar suas perspectivas sobre o futuro de sua personagem, discutiu a conexão com a série original, os rumores sobre uma possível série derivada, Star Trek: Year One, e seu desejo de voltar a cantar em futuros episódios.

Com a terceira temporada recém-concluída e as filmagens da quinta temporada já em andamento (a quarta temporada já foi finalizada e aguarda data de lançamento), Gooding revelou ao site TrekMovie que tem trabalhado em colaboração com Ethan Peck (Spock) para aproximar suas atuações das versões clássicas de Leonard Nimoy e Nichelle Nichols, equilibrando o respeito pela criação de Nichelle, mas com a liberdade de moldar uma versão única:

Ethan e eu falamos sobre isso o tempo todo… Eu amo a ideia de ter alguém como ele para passar por essa jornada, porque Spock e Uhura são personagens tão icônicos. E poder me apoiar nele e simplesmente pedir conselhos… Sim, acho que o objetivo é chegar o mais perto possível das iterações originais desses personagens. Acho que, devido à natureza de quantos desses personagens existiram na Série Original, acho que tenho muito mais liberdade para deixá-la ser quem ela acabar sendo, e não sinto necessidade de realmente me comprometer com uma ideia de quem essa personagem é, porque ela foi tão subutilizada na Série Original. E, no final das contas, sim, meu objetivo é chegar lá, e então, respeitosamente, dar alguns passos adiante.

Gooding também compartilhou histórias dos bastidores que revelam sua dinâmica com o elenco. Ela riu ao contar como provoca Ethan Peck nos intervalos das filmagens:

Eu o amo muito porque sou uma das mais novas do elenco. Adoro poder ter, tipo, a energia de um irmão mais novo e simplesmente ser irritante.

Um dos momentos comentados da terceira temporada foi o episódio “Terrarium”, no qual Uhura, geralmente retratada como a “boa menina” da tripulação, manipula dados para convencer o Capitão Pike a continuar a busca por Ortegas, a colega e amiga desaparecida. Gooding vibrou com a oportunidade de explorar uma faceta mais ousada da personagem.

Fiquei muito animada com a ideia de fazer algo tão fora do personagem. Ela é uma boa menina. Ela é um pouco certinha. E, então, ver esse desafio da maneira que foi. Sua desonestidade se deu por um motivo que é tão essencial para ela como pessoa. Ela é alguém que ama sua comunidade. Ela é alguém que fará qualquer coisa pelas pessoas que ama. E acho que, à medida que ela se sente cada vez mais confortável com sua permanência na ponte, ela pode fazer coisas que talvez não tivesse feito na primeira temporada… Adoro a ideia de pessoas se desafiando sendo verdadeiras consigo mesmas. É um complexo humano e uma contradição tão lindos. Adoro contradições. E fiquei muito grata por isso. E a resolução, acho, foi muito gratificante porque a vemos se desenvolvendo em uma versão de si mesma que é reconhecível.

Outro destaque da série foi o episódio musical “Subspace Rhapsody”, que permitiu à atriz mostrar suas habilidades como cantora. Gooding, que tem uma carreira consolidada nos palcos, revelou um desejo especial para o futuro de Uhura: interpretar “Beyond Antares”, a canção que Nichelle Nichols cantou em dois episódios da Série Original, “Conscience of the King” e “The Changeling”.

Eu adoraria cantar ‘Beyond Antares’ no refeitório da nave em algum momento.

A jornada de Gooding até o papel de Uhura também rendeu histórias curiosas. Durante o processo de teste, a personagem foi chamada de “Yuboa” para manter o sigilo, o que evitou que a atriz sentisse o peso de interpretar uma figura tão icônica. Quem acabou descobrindo a verdade foi sua mãe, a renomada atriz e trekkie LaChanze.

Minha mãe é uma grande fã de Star Trek… e ela perguntou: ‘Quem?’. E eu disse: ‘Yuboa’, e ela perguntou: ‘Tem certeza que leu certo?’… E eu disse: ‘Não foi a Uhura, mãe. É a oficial de comunicações da USS Enterprise, sabe, “Yuboa!”. Minha mãe respondeu: ‘Ok, me responda daqui a duas semanas.’ É, ela estava certa. Mães sempre têm razão.

Após conseguir o papel, sua mãe ajudou-a na preparação, maratonando a primeira temporada da Série Original com a filha em uma sessão regada a pipoca.

Minha mãe estourou a maior pipoca que a gente podia imaginar, e assistimos quase a primeira temporada inteira da Série Original em três dias. E foi só isso que eu assisti da Série Original, porque ficou muito claro para mim que eu estava de olho no meu futuro, e ninguém deveria ter permissão para saber o que o futuro reserva. Então, pesquisei um pouco, mas o suficiente para conhecer a fisicalidade dela, a postura dela e gostar de como ela se comporta. Mas não o suficiente para memorizar a pessoa que ela se torna.

Um dos momentos comentados no painel veio quando um fã perguntou sobre uma cena da Série Original em “Naked Time”, onde Uhura, ao ser agarrada por um Sulu desinibido, responde: “Desculpe, nenhum dos dois”. O fã, que se identifica como não-binário, viu na fala uma possível leitura queer da personagem, algo que ressoou com Gooding, que também se identifica como queer e não-binária.

Eu aceito isso. Eu não acho — verdade seja dita, e esta é a minha opinião, e eu posso estar errada, e você pode discordar de mim, e ainda podemos ser amigos — eu não acho que ninguém no futuro seja cis ou hétero. Eu posso estar muito errada. Pessoas héteros, pessoas cis, vocês têm um lugar no universo. Eu sou grata. Precisamos de alguém para repovoar a Terra. No entanto, acho que há questões muito mais urgentes no futuro do que gênero e identidade sexual, que nós simplesmente somos quem somos e tocamos em quem queremos, apenas fazemos o que nos faz sentir bem com consentimento. Então, sim, eu estou disposta a participar. Eu aceito. Quer dizer, qualquer coisa que eu faça vai ser um pouco gay, então… sim.

Em sua quinta e última temporada a série encerrará com o primeiro dia de comando de James T. Kirk, os produtores já acenam com a possibilidade de uma série derivada, provisoriamente chamada Star Trek: Year One. Questionada sobre como Uhura poderia evoluir nesse novo contexto, Gooding foi cautelosa, mas otimista.

Não tenho ideia do que está por vir, só ouvi murmúrios sobre uma possível série pós-Strange New Worlds e pré-Série Clássica. Acho que, de certa forma, vou direto ao meu ponto original de ir aos poucos e não nos precipitarmos, para que possamos realmente desenvolver cada momento crucial na vida desse personagem que o aproxime da Série Original. E se tudo isso acontecer em Strange New Worlds … Acho que seria ótimo chegar quase lá em Strange New Worlds só para deixar um tempinho para Star Trek: Year One, e ir chegando lá passo a passo. Não quero apressar nada.

As três temporadas de Strange New Worlds estão disponíveis no Paramount+.

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