No último sábado, o elenco e os produtores de Star Trek: Strange New Worlds marcaram presença no painel da New York Comic Con (NYCC), onde compartilharam novidades sobre a série que encerra na quinta temporada.
O atores Ethan Peck (Spock), Celia Rose Gooding (Uhura), Melissa Navia (Ortegas) e Martin Quinn (Scotty), estiveram ao lado dos produtores executivos Akiva Goldsman, Henry Alonso Myers e Alex Kurtzman, onde ofereceram um vislumbre do que está por vir, incluindo reflexões sobre a 4ª temporada e os desafios de gravar a quinta e última temporada. Eles também concederam uma entrevista exclusiva a CBR sobre o fim da série e o legado que deixarão para Star Trek.
A 4ª Temporada
Os produtores não pouparam elogios à 4ª temporada, descrita como a mais ambiciosa até agora. Henry Alonso Myers, produtor executivo, destacou a abordagem ousada:
Tudo o que eu diria sobre a 4ª temporada é que queríamos arriscar tudo. Queríamos mesmo não deixar nada para trás, o que é uma forma ampla de dizer: entre todos os dias como se fosse a última vez que você vai fazer isso. O que você quer fazer? Vamos fazer isso. É isso que eu diria sobre a 4ª temporada.
Celia Rose Gooding reforçou o entusiasmo, revelando a energia contagiante no set:
Acabamos de terminar uma temporada incrível, a quarta temporada. Quando você pensa que já fizemos tudo o que podíamos, que demos os maiores golpes possíveis, recebemos um novo roteiro e pensamos: ‘Ah, tudo bem, vamos fazer isso também. Diversão, diversão, diversão, diversão!’ É muita diversão que temos.
A 3ª temporada, com destaque para o episódio final “New Life and New Civilizations”, trouxe momentos cruciais, como a primeira fusão mental entre Spock e Kirk, interpretado por Paul Wesley. Myers descreveu a cena como um “presente incrível”, realizado com o espírito de explorar os desejos mais profundos dos fãs da franquia:
Também queríamos mostrar a primeira fusão mental com Spock e James T. Kirk. Foi um momento crucial. Quer dizer, vamos lá, parte do seu trabalho é acordar e dizer: ‘Qual é a coisa que eu sempre quis ver em Star Trek?’ E poder fazer isso é um presente incrível.
Ethan Peck, que dá vida a um Spock mais jovem e experimental, refletiu sobre como os relacionamentos do personagem com Kirk, Chapel e La’an moldam sua jornada rumo à versão icônica da série original:
Um comentário sobre os anos experimentais de Spock em Strange New Worlds. Acho que esses relacionamentos estão nos ajudando a encontrar o Spock que acabamos tendo na Série Original. É muito interessante porque ele teve esses relacionamentos muito íntimos com Chapel e depois com La’an, e depois com Kirk. E acho que esses relacionamentos vão informar seu relacionamento com Kirk de uma forma realmente interessante. Acho que eles se encontram e há uma espécie de conexão instantânea, como uma paixão platônica, gosto de chamar assim. E estou muito animado para ver Paul trazer sua inteligência e seu charme para esse personagem, e nos aproximar como Spock e Kirk. [sarcasticamente] Espero que vejamos mais disso. Não sei se veremos, mas talvez na quarta temporada.
A 5ª Temporada
Com a produção da 5ª temporada, de seis episódios, já em andamento desde setembro, o elenco enfrenta a realidade de que Strange New Worlds está chegando ao fim. Melissa Navia, que interpreta a piloto Ortegas, compartilhou o sentimento agridoce de filmar as cenas finais:
Estar na ponte, a cada dia que estamos nela, você fica tipo, ‘Quantos dias mais teremos todos juntos?’… Mas uma das muitas, muitas coisas boas sobre o nosso elenco é que eles são simplesmente profissionais consumados. Recebemos essa pergunta com tanta frequência em convenções: ‘Quem é o maior brincalhão?’ E nós pensamos, ‘Quem tem tempo para isso?’ E é a mesma coisa quando estamos filmando a quinta temporada. Todos os dias, nossa missão é produzir as melhores histórias possíveis. E para isso, temos que estar totalmente presentes todos os dias… E também nos damos muito bem, o que é muito útil. Todos nós gostamos uns dos outros, o que é uma grande parte de aproveitar a vida. E, então, é agridoce, mas acho que só quando o episódio final, a cena final e tudo acontecer, seremos capazes de realmente dizer, ‘Ah, acabou.’ Mas se você aproveitar cada dia, não vai perder nada. Então, é assim que eu encaro. E tem sido uma jornada fantástica, e vocês vão continuar assistindo para sempre, e isso nos torna muito mais felizes. Então, não é um fim, é apenas uma continuação.
Celia Rose Gooding complementou, descrevendo a intensidade das filmagens:
E então, enquanto filmamos a 5ª temporada, estamos no meio de um dos episódios mais espetaculares, e você realmente não tem tempo para pensar no final, porque você tem que entrar na Enterprise e tentar salvar o mundo, ou os muitos mundos com os quais trabalhamos de forma estranha e nova. [risos]… Estamos tão envolvidos que acho que naquele último dia, quando estamos todos chorando e nos abraçando, é quando percebemos que ficou para trás, mas que ainda há muito mais Star Trek por vir. Não temos tempo para lamentar. Temos um universo para salvar, querida.
A NYCC também trouxe reflexões sobre o Capitão Pike, interpretado por Anson Mount. Akiva Goldsman falou sobre a jornada do personagem, que enfrenta a certeza de um destino trágico:
O incrível sobre Pike como um fractal da narrativa de Star Trek é: como você encontra alegria diante da adversidade? Como você cresce, anseia, vive e ama, sabendo que seu tempo é limitado? Isso é verdade para todos nós, mas para o Pike de Anson, é algo muito amplo. Desde o início da série, tem sido o tipo de base temática. Então, queríamos dar a esse personagem uma vida bela dentro da construção do que sabíamos que sua vida deveria ser. E, então, copiamos descaradamente de ‘The Inner Light‘ e criamos um ponto de inflexão onde ele pudesse ter suas esperanças e sonhos realizados, e, então, voltar para descobrir que aquele amor que ele compartilhava com Batel era o motor do triunfo sobre o mal. Porque é isso que fazemos, triunfar sobre o mal, em todos os episódios, principalmente.
Enquanto isso, Martin Quinn, que interpreta Scotty, trouxe leveza ao painel ao sugerir um episódio ambientado na Escócia, com direito a uma visita ao Lago Ness:
Eu gostaria que visitássemos a Escócia em algum momento. Seria legal. Não sei se houve alguma loucura com o monstro do Lago Ness ou algo assim. Não sei… mas há tantos atores escoceses incríveis e talentosos, não para me substituir, mas… Seria legal envolver alguns dos grandes talentos escoceses que eu conheço. E também é lindo. Ao redor do Lago Lomond é incrível, assim como todas as terras altas. Você poderia tirar ótimas fotos lá. Choveria na maior parte do tempo, mas leve um guarda-chuva.
Com o 60º aniversário da franquia se aproximando em 2026, Alex Kurtzman refletiu sobre sua longevidade:
Acho que Star Trek durou tanto tempo porque é uma expressão pura de quem somos como espécie e como pessoas. E há um otimismo essencial em relação a Jornada nas Estrelas que precisamos em cada geração. De certa forma, todos nós gostaríamos de não precisar tanto dela, com o mundo tão dividido quanto possível. Mas precisamos dela porque ela nos guia para nossos melhores anjos. Ela nos diz que existe a possibilidade de pegarmos todas as coisas que nos dividem e colocá-las no espelho retrovisor e nos permitirmos evoluir para um lugar melhor. E essa é uma mensagem atemporal. Ela vai continuar por mais 60 anos e mais 60 depois disso. E eu acho que é uma coisa linda, linda, e é por isso que temos tanta sorte de fazer este trabalho. Nunca envelhece, nunca!
Goldsman complementou, destacando a relevância dos valores de Star Trek em tempos desafiadores:
Acho que o ponto forte de Star Trek é que ela nunca foi neutra em termos de valor. Sabe, ela já sai prometendo o nosso melhor… Principalmente agora, a ideia de que o nosso melhor pode triunfar sobre o que há de mais sombrio em nos parece realmente relevante.
Entrevista à CBR
Na atmosfera da New York Comic Con, o elenco e os produtores se reuniram para uma entrevista descontraída, conduzida pela equipe da Comic Book Resources. Veja o que de melhor foi dito a respeito do fim da série e o legado que ela deixará.
Celia Rose Gooding (Uhura) falou sobre a sensação de estar se despedindo da série como se fosse o último ano da escola:
Eu diria que parece o primeiro dia do último ano, quando você entra chutando a porta e toma posse total do espaço. Pelo menos é assim que me sinto. Acho que cresci muito com essa série. Estamos nisso há cinco anos agora e, mesmo nesses momentos finais, está começando a parecer que podemos nos permitir um pouco de bagunça, tentar coisas novas e arriscar bastante, porque sabemos que temos um catálogo de anos de trabalho para nos apoiar, caso algo dê errado, o que raramente acontece. Mas, sim, para mim, parece aquela energia de um cavalo de corrida, recém-saído do portão.
Melissa Navia (Ortegas) ofereceu sua opinião a respeito do clima nos bastidores da quinta e última temporada da série:
E é engraçado, porque todo mundo está nos fazendo essa pergunta, já que estamos no meio das filmagens da 5ª temporada. Foi anunciado que é nossa última temporada. Mas isso me lembra dos primeiros anos, quando íamos a convenções e todos perguntavam: “Quem é o maior brincalhão? Quem faz mais pegadinhas no set?” E nós nos olhávamos, tipo, quem tem tempo para isso? Sério. Meus colegas de elenco são incríveis, estou apaixonado por todos eles. São tão talentosos, profissionais e perfeitamente escalados, mas também extremamente profissionais. Eles se dedicam a cada tarefa, tudo o que a série exige, e entregam. Então, todos os dias, vamos trabalhar e nos divertimos muito. É a mesma coisa na 5ª temporada. As pessoas perguntam: “Vocês entram no set pensando, ‘É isso, é o fim’?”, e nós respondemos: “Sim, é isso. Temos trabalho a fazer.” Então, sinto que vamos trabalhar até o último momento. Mas, ao mesmo tempo, gostamos da companhia uns dos outros e amamos dar vida ao que fazemos. Então, sim, estou pensando nisso, mas estou tipo, estamos trabalhando todos os dias, fazendo o que fazemos, e sabemos que ainda vamos nos encontrar depois que as filmagens terminarem.
Akiva Goldsman, Henry Alonso Myers e Alex Kurtzman compartilharam uma visão sobre o processo criativo por trás da série. Eles discutiram a decisão de adotar um formato episódico em vez de serializado:
Akiva: Sabe, essa série nasceu das que vieram antes. E quando digo isso, não é só do Star Trek clássico, mas também da era moderna de Discovery e Picard. Aprendemos coisas sobre o que gostamos, e o que o público gosta: A tolerância para narrativas serializadas versus episódicas. Nossa capacidade de habitar esses personagens que são canonicamente consistentes, mas em versões mais novas, mais jovens, e inacabadas. E, como esses caras disseram, estamos numa espécie de corrida com nosso elenco, certo? Queremos estar à frente das habilidades deles, e as habilidades deles são tão extraordinárias que estamos sempre pensando: “Bem, o que eles podem fazer? Se podem fazer isso, como damos a eles algo a mais?” E como continuamos nos surpreendendo, o elenco e os roteiristas. Esse é um ótimo dinamismo numa família criativa. Então, essa tem sido a palavra de ordem para a série, a relação com eles é realmente o motor criativo central, e isso simplesmente aconteceu, não sabíamos que seria assim. Acho que sonhamos com isso, mas eu nem sabia que sonhava com isso.
Meyers: Acho que, se estamos nos divertindo e podemos pedir ao elenco para tentar algo surpreendente ou diferente que mostre que eles estão se divertindo, isso geralmente aparece na página.
Eu diria que estamos tentando pintar um quadro do que o futuro poderia ser, e gostaríamos de mostrar um mundo onde as melhores qualidades de ser humano superam as piores. E numa época em que isso parece estar em debate, é um bálsamo para o que pode parecer sem esperança.
Fonte: TrekMovie e CBR
As 3 temporadas de Strange New Worlds estão disponíveis no Paramount+. A previsão é de que a quarta temporada chegue no segundo semestre de 2026.
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