Ain’t It Cool tem novo review de “Broken Bow”

O site Ain’t It Cool News publicou um novo review sobre “Broken Bow”, o piloto da nova série de Jornada, Enterprise. Mais uma vez, o revisor, auto-proclamado Hercules, tem uma opinião positiva a respeito do episódio, a partir do roteiro que ele leu.

O formato da revisão é bem diferente da do Dark Horizons. Desta vez, ele opta por um sistema de perguntas e respostas. E traz novos detalhes do piloto. Nem é preciso dizer que há spoilers. Se você já sabe demais a respeito de “Broken Bow” e quer guardar o resto para quando puder ver o episódio, pare de ler aqui.

Ainda por aqui? Ótimo. Então vamos à tradução completa do review de Hercules.

Herc viu o piloto?
Não, só li o roteiro do piloto.

Como se chama?
O título do lançamento de duas horas é “Broken Bow”. Está atualmente agendado para as 20h do dia 26 de setembro, na UPN.

Por que “Broken Bow”?
Broken Bow, Oklahoma, é onde a humanidade encontra seu primeiro Klingon.

Quando a série se passa?
Noventa anos após os eventos descritos em “Primeiro Contato”. A Frota Estelar existe, mas a Federação ainda não. [Nota do tradutor: Scott Bakula andou dizendo que o ano em que se passa a série é 2151. Se a informação acima está correta, o ano seria 2153.]

A grande novidade?
Como diziam há tempo os rumores (muitas vezes contrariados), a nova série tem um vilão de outra época, fazendo desta série talvez uma sequência para os filmes e as outras séries, assim como uma pré-sequência. O piloto estabelece que os vilões Suliban estão recebendo ordens de alguém no “futuro distante”.

Quanto no futuro?
Se esse homem misterioso tem sua casa no século 23, 24, 29 ou qualquer outra era, não sabemos no piloto. Da mesma maneira, não sabemos se o “Carinha do Futuro” é Suliban, Romulano, Klingon, Cardassiano, Borg, um membro da Seção 31 ou qualquer outra coisa. Pelo roteiro, “mal conseguimos ver a imagem de uma figura humanóide”.

Esse vilão do futuro é derrotado no piloto?
Ele parece sofrer um percalço, mas essa figura misteriosa também parece provavelmente ser o “malvadão” durante toda a temporada, se não for durante toda a série.

O piloto é sobre o quê?
Um Klingon de 2,1m, carregando informações vitais para seu planeta sobre os mutantes Sulibans, cai sobre Oklahoma e é perseguido pelos campos de milho por agentes malévolos Sulibans. O Klingon consegue matar seus perseguidores, mas é baleado por um fazendeiro que (como todos os outros humanos dessa era) não fala klingonês.

Enquanto transporta o Klingon delirante para casa, o capitão da Frota Estelar Jonathan Archer encontra mais Sulibans, que invadem sua nave (uma nave com capacidade de dobra pré-Federação chamada “Enterprise”) e sequestram o Klingon.

Enquanto Archer e cia. procuram seu Klingon perdido, Archer descobre de um dissidente Suliban que os Sulibans estão tentando instigar uma guerra civil Klingon a pedido do “Carinha do Futuro”. Em troca, o “Carinha do Futuro” está ensinando aos Sulibans como melhorar seu DNA e dar a si mesmos superpoderes.

Enquanto isso, T’Pol, a recém-chegada e jovem oficial de ciências Vulcana apontada para a missão (pense numa versão menos confiável de Saavik), pensa que Archer deveria ter sido devolvido à Terra no minuto em que o Klingon foi capturado.

Archer comanda a Enterprise de April/Pike/Kirk?
Não. Pelo menos se você julgar pelo número no casco da nave.

Há um número no casco?
O roteiro dix que é NX-01. Mas vamos saber com certeza quando a TV Guide publicar fotos, na segunda-feira.

Alguma descrição da nave?
Uma vaga. “Enterprise é fina e masculina, e suas naceles de dobra gêmeas sugerem a forma que as naves da Frota Estelar teriam no futuro.”

Esse Klingon de Oklahoma é o primeiro extraterrestre não-Vulcano que os humanos já encontraram?
Decididamente não. O piloto da nave diz que já encontrou várias raças interestelares, e o doutor alienígena Phlox já é familiar a muitos na Frota Estelar. Também, a oficial de comunicações Hoshi Sato parece ter um conhecimento funcional de muitas línguas alienígenas. Mas, como Archer diz a Phlox, “nossos médicos nunca ouviram falar de um Klingon”.

Essa é a primeira missão interestelar da humanidade
Não. Apenas a primeira a ser feita em dobra 4.5. O piloto da nave estabelece que, quando era um pré-adolescente em uma nave de carga, levou três anos para chegar a Trillius Prime (o mundo natal Trill?).

Quão rápido a Enterprise pode ir?
Dobra 4.5. “Netuno ida e volta em seis minutos”, como Archer descreve. Archer também comenta que levará quator dias para que a Enterprise chegue ao mundo natal Klingon da Terra. Também é sugerido que os Klingons têm muitas naves que são tão rápidas quanto.

Archer tem de dizer “A frente, fator de dobra-tempo 4”, como Christopher Pike?
Felizmente, não.

A Enterprise tem transportes?
Sim, mas embora eles tenham “sido aprovados para biotransporte”, ninguém da tripulação viajou por eles e eles realmente não confiam nele. Archer, ficamos sabendo, “não colocaria nem o seu cachorro nele”. No meio da história, quando alguém sugere usar os transportes para resgatar o Klingon sequestrado, Archer oferece esse sinal a Seth Brundle: “Não. Já arriscamos muito para trazê-lo de volta do lado do avesso.”

É verdade que James Cromwell faz uma ponta?
Há um vídeo de cerimônia de lançamento de um Zefram Cochrane bem velhinho dando um discurso 32 anos atrás: “Nesse local, um motor poderoso será construído… um motor que irá um dia nos permitir viajar centenas de vezes mais rápido do que podemos hoje. Imagine. Milhares de mundos habitados ao alcance de nossas mãos. E seremos capazes de explorar esses novos e estranhos mundos… e procurar novas vidas e novas civilizações. Esse motor irá nos permitir audaciosamente ir onde nenhum homem jamais esteve.”

A Terra já está unida em um governo único
Incerto, mas acredito que sim. Em um ponto Tucker lembra a T’Pol: “Guerra… doenças… fome? Nós acabamos muito bem com tudo em menos de duas gerações.”

Os Klingons declaram guerra à Terra por sua intromissão?
De jeito nenhum. Na verdade, no final do piloto, o Alto Conselho parece mesmo aprovar, de forma mal-humorada, as ações da Frota Estelar.

Quem está na tripulação?
JONATHAN ARCHER (Scott Bakula), um nativo de San Francisco, é filho de um dos principais colaboradores do motor de dobra de Zefram Cochrane. Ele é razoável, mas uma figura cabeça-dura tipo Kirk que tem ressentimentos com os Vulcanos porque ele acha que eles impediram o trabalho de seu pai não compartilhando mais da ciência deles. (O pai de Archer, é dado a entender, tinha muito menos ressentimento –se é que tinha algum– com os Vulcanos.)

T’POL (Jolene Blalock) é uma jovem, atarefada adida científica do consulado Vulcano. Ele é designada para a missão como oficial de ciências, mas quando Archer é seriamente ferido no meio da missão, ela lembra que sua patente na milícia Vulcana é maior que a de qualquer um dos oficiais da Frota Estelar a bordo, então –à la Spock– ela também serve como a primeiro-oficial de fato. Como o Dr. Phlox, ela de início é designada para a nave apenas a missão de oito dias de ida e volta ao mundo natal Klingon.

CHARLIE TUCKER (Connor Trinneer), engenheiro-chefe, preenche o papel de McCoy como amigo e confidente do capitão. Como Magro, ele é um sulista que fornece várias observações jocosas e afiadas. Como o colega engenheiro Montgomery Scott, Charlie também parece ser o terceiro em comando, após Archer e T’Pol.

HOSHI SATO (Linda Park) preenche a cadeira de Uhura como oficial de comunicações, mas o faz com mais versatilidade. Ela não apenas é na vida civil uma professora de linguística com um ouvido para línguas alienígenas, mas também parece demonstrar no piloto algum tipo de super-audição que até mesmo T’Pol vem a respeitar. Sendo uma acadêmica, ela também parece ser a menos preparada para sua nova vida de aventura.

MALCOLM REED (Dominic Keating), um britânico, é o oficial de armas da nave. Não descobrimos muito sobre ele no piloto, mas no final ele fornece a Archer e Tucker armas que eles nunca tinham visto antes, mas nós todos achamos muito familiares.

TRAVIS MAYWEATHER (Anthony Montgomery) é o piloto da nave, que foi criado em naves de carga interestelares (muito mais lentas).

PHLOX (John Billingsley) é um médico alienígena encantado com a oportunidade de um exame extenso da fisiologia humana. Ele também gosta de comida chinesa e ri como um personagem do video “Black Hole Sun”.

Por que alienígenas como T’Pol e Phlox estão na tripulação?
T’Pol tem cartas estelares que os levarão até o mundo natal Klingon. Phlox tem a maior parte das informações sobre a fisiologia Klingon.

O piloto de Enterprise será mais divertido que, vamos dizer, o final de Voyager?
Quase com certeza. O piloto na verdade parece mais um filme de Jornada nas Estrelas do que um piloto de série. Ele tem uma qualidade épica, indo dos campos de milho de Oklahoma aos centros de mercado árticos Rigelianos e aos laboratórios espaciais high-tech dos Sulibans.

O que é bom?
Os fãs amam continuidade, então eles deverão amar conectar os eventos mostrados em Enterprise com a história futura mostrada nos filmes e nas outras séries. (Presumivelmente a série irá utilizar alguns “oficiais de compatibilização com a continuidade” para garantir que haja o mínimo possível de irritação dos fãs de longa data.)

Além de toda a “pornográfica continuidade”, há algum material divertido com Reed se distraindo de sua missão por comedoras de borboletas Rigelianas semi-nuas. Já algum material sexy com Tucker e T’Pol em trajes de baixo, atirando gel de descontaminação azul um no outro enquanto discutem sobre quem assumirá o comando da Enterprise na ausência de Archer. Há algum humor negro quando Archer e Tucker se infiltram no complexo Suliban enquanto tentam pilotar uma das “naves-célula” dos Sulibans.

O que não é tão bom?
Há uma cena perto do fim em que Archer entra na “câmara temporal” dos Sulibans. Nesse ponto nós já vimos o vilão chefe dos Sulibans, Silik, usar a câmara duas vezes para conversar com o sombrio “Carinha do Futuro” –então presumimos que Archer está para descobrir quem é e/ou o que é esse Humanóide do Futuro. Mas acaba que esse é apenas um grande “tease”. Antes que Archer possa ativar o mecanismo temporal, Silik interrompe, há uma luta e nada é ativado. Acaba que teremos de aprender mais sobre o “Carinha do Futuro” conforme a série se solidifique. (Também não chegamos a descobrir a natureza da inteligência Klingon sobre os Sulibans –embora Hoshi e T’Pol, ambas sabendo um pouquinho de klingonês, tenham uma breve noção no final do piloto.)

A série vai ser ruim?
Você nunca pode dizer a partir de um roteiro de piloto, mas a relação entre Archer, T’Pol e Tucker é tocante e evolui graciosamente, e o conjunto de personagens secundários da série pode se tornar o melhor a aparecer em uma série de Jornada. Só podemos esperar que os produtores, cansados das intermináveis histórias “stand-alone” necessárias pela jornada muito linear de Voyager para casa, irão novamente abraçar os arcos de histórias longos e de vários episódios que distinguiram Deep Space Nine. Você pode ter certeza de que estarei assistindo para descobrir.

Mas, mas… poderia essa série ser boa com os gêmeos anticristos Rick Berman e Brannon Braga criando-a?
Você ia preferir que Aaron Spelling e Darren Star assumissem? Berman produziu A Nova Geração e Deep Space Nine, duas séries muito boas. Braga não criou Voyager, mas co-escreveu os roteiros para “All Good Things…” e “Primeiro Contato”. Por isso, uma série de qualidade não está além do fronteira das possibilidades.