TNG 1×16: When the Bough Breaks

História com destaque para Wesley se inspira em sustentabilidade ambiental

Sinopse

Data estelar: : 41509.1

A Enterprise é atraída a Aldea, um planeta protegido por um dispositivo de invisibilidade. Num ato desesperado para dar continuidade a sua espécie (que se tornou estéril), o povo de Aldea rapta várias crianças da Enterprise, inclusive Wesley Crusher.

A princípio, eles acreditam que a nave estelar vai concordar em deixar as crianças em uma troca, mas quando percebem que Picard está irredutível, utilizam seu poderoso computador para atirar a Enterprise a anos-luz de distância.

Enquanto Picard dá sequência às negociações, Beverly Crusher faz o possível para descobrir a razão da esterilidade em Aldea. Com a ajuda de Wesley, ela desvenda o mistério: o mesmo escudo de camuflagem que protegia seu mundo contra estranhos estava destruindo a camada de ozônio do planeta, expondo seus habitantes a radiação nociva.

Enquanto isso, Data e Riker conseguem penetrar as defesas do planeta e se transportar para a superfície, onde sabotam seu computador principal, o Zelador.

Com sua tecnologia desabilitada e incapazes de reagir, os aldeães são obrigados a abrir mão das crianças e acabam por aceitar a ajuda da Federação para desativar o sistema de camuflagem e tratar os doentes.

Comentários

“When the Bough Breaks” é mais um daqueles episódios que se propõem a discutir questões da ordem do dia em Star Trek. As referências ao fato de que a destruição da camada de ozônio estaria trazendo esterilidade para a população de Aldea são consistentes com temores da época, existentes até hoje, de que os europeus (e a humanidade como um todo) estivesse passando por problemas de fertilidade por razões ambientais.

Como ponto de partida para a criação do episódio, uma ótima escolha. Infelizmente, a exemplo de muitas outras histórias do primeiro ano da série, o resultado final é que deixa a desejar – um episódio repetitivo e cansativo, que parece o tempo todo dançar em torno da mesma fogueira, ao som da mesma música de uma nota só.

Mais uma vez os roteiristas se viram presos em sua própria estrutura narrativa, que enfoca uma situação destinada a transmitir uma “moral da história”, em vez de usar melhor os personagens, para benefício do entretenimento.

O conceito de Aldea em si é interessante – um equivalente espacial do mito de Atlântida – e acaba sendo até coerentemente explorado. A dependência das máquinas, mostrada no episódio, é outro tema recorrente de Jornada nas Estrelas, desde os tempos da Série Clássica.

Em compensação, o artifício utilizado para dar prosseguimento à trama – as supostas “negociações” de Picard por uma compensação pelas crianças – simplesmente não funciona. Esteve claro desde o início, até para os aldeães, que não haveria espaço para acordos a esse respeito. A lógica seria os raptores interromperem o bate-papo e sumirem para sempre – mas, se fizessem isso, acabava o episódio. Mesmo a inclusão da “compensação” como um costume de Aldea, ideia que visava preservar a consistência da “estranha benevolência” dos alienígenas, não basta para dar verossimilhança ao enredo.

Wesley, o personagem regular mais destacado do episódio, é colocado aqui em uma posição de liderança, mas isso não ajuda o personagem. O roteiro fraco e a falta de direção para Wil Wheaton torna o rapaz inexpressivo até mesmo no comando de um grupo de crianças. É uma demonstração clara da dificuldade dos produtores em achar um bom “tom” para o menino-prodígio. Os outros regulares passaram batidos pelo episódio, como se nem tivessem participado direito da história.

O ponto menos consistente de todos, entretanto, é o desfecho. Os aldeães simplesmente engoliram muito fácil a história de que o campo de força os estava matando! Eles seguramente teriam enorme dificuldade e receio para aceitar esse fato, principalmente vindo de um grupo de extraterrestres que tinha seus próprios interesses em jogo.

Avaliação

Citações

“Our children are not for sale, at any price.”
(Nossas crianças não estão à venda, por nenhum preço.)
Beverly

Trivia

  • No roteiro original, existia uma cena em que a Enterprise era obrigada a separar as seções disco e engenharia, e a seção disco, com os civis da nave, seria mantida refém. A cena acabou cortada do roteiro final.
  • Jerry Hardin, que aqui interpreta Radue, volta a aparecer na série no episódio duplo da virada do quinto para o sexto ano, “Time’s Arrow”, como o escritor Mark Twain. Ele também é conhecido por seu papel como o informante Garganta Profunda, em Arquivo X.
  • Os atores que fazem os jovens reféns que nada falam neste episódio são os irmãos mais jovens de Wil Wheaton (Wesley Crusher), Jeremy e Amy.

Ficha Técnica

Escrito por Hannah Louise Shearer
Dirigido por Kim Manners

Exibido em 15 de fevereiro de 1988

Título em português: “O Rapto dos Inocentes”

Elenco

Patrick Stewart como Jean-Luc Picard
Jonathan Frakes como William T. Riker
Brent Spiner como Data
LeVar Burton como Geordi La Forge
Michael Dorn como Worf
Gates McFadden como Beverly Crusher
Marina Sirtis como Deanna Troi
Wil Wheaton como Wesley Crusher
Denise Crosby como Natasha “Tasha” Yar

Elenco convidado

Jerry Hardin como Radue
Brenda Strong como Rashella
Jandi Swanson como Katie
Paul Lambert como Melian
Ivy Bethune como Duana
Dierk Torsek como dr. Bernard
Michele Marsh como Leda
Dan Mason como Accolan
Philip N. Waller como Harry Bernard
Connie Danese como Toya
Jessica e Vanessa Bova como Alexandra

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Edição de Maria Lucia Rácz
Revisão de Susana Alexandria

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