TNG 1×17: Home Soil

Trama sobre “vida como não a conhecemos” se arrasta, apesar da boa inspiração científica

Sinopse

Data estelar: : 41463.9

A Enterprise chega a Velara III, para verificar a situação de cientistas que estão no processo de terraformação do planeta supostamente desabitado. Durante a visita, um engenheiro é misteriosamente morto quando uma perfuratriz a laser se descontrola, quase matando Data também.

Ao investigarem a causa do acidente, descobrem uma minúscula forma de vida inteligente, nativa do planeta, que está sendo destruída pelos terraformadores. O grupo avançado teleporta uma das criaturas para investigar, mas ela não está muito a fim de conversa.

Após assumir o controle da nave, a criatura declara guerra à Enterprise e aos humanos, classificados por ela como “horríveis sacos feitos quase todos de água”.

Após descobrir que a forma de vida está tirando energia a partir da luz, como uma célula fotoelétrica de um painel solar, Picard instrui Riker a reduzir a luminosidade do laboratório em que a criatura se encontra.

Enfraquecido, o ser resolve ouvir o que Picard tem a dizer e as duas espécies chegam a um acordo. A criatura ainda considera os humanos muito primitivos, mas pede que eles voltem em algumas centenas de anos.

Comentários

“Home Soil” é uma bela peça de aplicação da ciência na ficção científica. Mas, como programa de entretenimento, deixou a desejar. A premissa é muito óbvia desde o início e não oferece reviravoltas, tornando o desenrolar da história um tanto quanto arrastado.

Desde o momento em que Data e Geordi encontram a suposta forma de vida, tudo já se desenha na cabeça do telespectador – ele já imagina o que teria acontecido e por quais razões. Depois disso, é apenas questão de ir confirmando essas expectativas – a forma luminosa de fato está viva, é inteligente e é a responsável pela morte de um dos terraformadores, que estavam inadvertidamente destruindo seu habitat, e o líder da equipe, Mandl, já imaginava que formas de vida alienígenas poderiam estar presentes no planeta e mesmo assim teria optado pela continuação dos trabalhos.

Os detalhes da história parecem ser bastante convincentes do ponto de vista científico – uma forma de vida baseada em silício (e não silicone, como diz a dublagem), ligada no subsolo por uma corrente de água salgada (capaz, portanto, de conduzir eletricidade), poderia formar uma rede que funcionaria similarmente a um computador, possivelmente atingindo níveis inteligentes.

Por ser uma forma de vida tão similar a um computador (que também é baseado em redes de circuitos desenhados em chapas de silício), não é difícil imaginar que ela fosse capaz de criar algum tipo de interface com o computador da Enterprise, se apoderando do controle da nave.

A ideia de que a criatura estava se alimentando de luz também é interessante e mostra que nem sempre o ponto fraco de um oponente é atingido com uma salva de torpedos fotônicos – às vezes, apagar a luz resolve o problema. Ou seja, inteligência pode ser uma arma mais eficaz que a força bruta.

O episódio também esboça uma crítica interessante da hubris científica – pesquisadores às vezes ficam tão obstinados por suas próprias ideias que acabam jogando a ética e o bom senso pela janela, só para concluir sua missão.

O ritmo do episódio também mais parece o de um trabalho científico – arrastado e tudo menos emocionante. Faltou adrenalina. A única tentativa de inserir tensão ao segmento – por meio das ameaças da criatura à segurança da Enterprise – não funcionou: o alienígena ameaçou, ameaçou, mas no fim não fez nada contra a nave ou seus tripulantes.

Avaliação

Citações

“Ugly Bags Of Mostly Water, we try at peace, you do not listen. Bag who drill in Sand Of Home had to die.”
(Feios sacos quase todos de água, nós tentamos a paz, vocês não ouvem. Saco que cavava na Areia do Lar teve de morrer.)
Forma de vida

Trivia

  • Segundo o produtor Maurice Hurley, “neste episódio, tudo o que poderia dar errado aconteceu”. “Algumas páginas do roteiro foram reescritas um dia antes de serem filmadas!”
  • Um pintura com a estação Velara III completa, inclusive com uma nave auxiliar estacionada, foi criada por Andrew Probert, mas não foi utilizada.
  • Walter Gotell, que interpreta Kurt Mandl, o chefe dos terraformadores, é mais conhecido por seu papel nos filmes de James Bond, como o general Gogol.

Ficha Técnica

História de Karl Guers & Ralph Sanches e Robert Sabaroff
Roteiro de Robert Sabaroff
Escrito por Nome do(s) Escritor(es)
Dirigido por Corey Allen

Exibido em 22 de fevereiro de 1988

Título em português: “Terra Natal”

Elenco

Patrick Stewart como Jean-Luc Picard
Jonathan Frakes como William T. Riker
Brent Spiner como Data
LeVar Burton como Geordi La Forge
Michael Dorn como Worf
Gates McFadden como Beverly Crusher
Marina Sirtis como Deanna Troi
Wil Wheaton como Wesley Crusher
Denise Crosby como Natasha “Tasha” Yar

Elenco convidado

Walter Gotell como Kurt Mandl
Elizabeth Lindsey como Louisa Kim
Gerard Prendergast como Bjorn Benson
Mario Roccuzzo como Arthur Malencon
Carolyne Barry como engenheira

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Edição de Mara-Lucia Rácz
Revisão de Roberta Manaa

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