Holly Hunter e Robert Picardo lideram a Academia como figuras históricas

A nova geração de cadetes de Star Trek: Starfleet Academy será guiada por dois líderes de peso, cujas atuações prometem marcar a série. Holly Hunter, interpretando a capitã e chanceler Nahla Akê, da USS Athena, e Robert Picardo, reprisando seu icônico papel como o Doutor holográfico de Star Trek: Voyager, assumem papéis centrais como mentores dos jovens aprendizes.

Durante o painel da San Diego Comic-Con, os dois atores compartilharam detalhes sobre seus personagens, que, com séculos de experiência no universo da franquia, trazem profundidade e complexidade à narrativa.

Holly Hunter, premiada com o Oscar, interpreta Nahla Akê, uma figura singular que combina os cargos de capitã da USS Athena e chanceler da Academia da Frota Estelar, trazendo uma abordagem renovada à liderança no universo de Star Trek. Em entrevista ao The Hollywood Reporter, a atriz revelou que surpreendeu a equipe de produção da série ao aceitar de imediato o papel, afirmando que a decisão foi “fácil”, descrevendo como aconteceu:

Sim, foi fácil. Quero dizer, é uma das grandes experiências sortudas de forma inequívoca. É tipo, ah sim, sim, sim, eu vou fazer isso. Estava eu, imersa na leitura de um roteiro, quando meu marido, perguntou: “O que você está lendo?” Respondi que era Star Trek. Ele, surpreso, disse: “Star Trek?” Eu: “Estou interpretando a chanceler de uma escola!” E ele completou: “Academia da Frota Estelar.” Confirmei com um “Sim” e seguimos conversando. Em certo momento, comentei: “Nossa, sabe, alguém me chamou de capitã.” Ele, intrigado, retrucou: “Você é a capitã?” Aquilo me fez parar e pensar: “Nossa, talvez eu devesse mesmo fazer isso”.

Foi muito interessante receber a oferta para ser capitã, mas também combinar isso com a função de chanceler. Foi uma dicotomia interessante e um desafio interessante, porque a capitã está lá para comandar e analisar em situações de emergência, e depois delegar. E a chanceler está lá para orientar, colaborar e ter uma empatia tremenda. Então, foi uma combinação maravilhosa de coisas que despertou não só em mim, mas em todos nós. Cada relacionamento que tenho com cada um [dos cadetes] é tão particular e tão privado. Essa é a coisa legal sobre o programa — a escala gigantesca do programa, combinada com essa intimidade incrível que todos nós tínhamos uns com os outros. E uma intimidade que todos nós temos como grupo. Então, sim, foi um privilégio.

Outro ponto alto da personagem é o vínculo de Akê com o cadete Caleb Mir, interpretado por Sandro Rosta. Hunter descreveu a relação como “crucial” e repleta de apostas emocionais, mas evitou detalhes para preservar surpresas.

A coprodutora da série Noga Landau, que também participou da convenção, destacou ao THR que a personagem de Hunter se diferencia de outros capitães da franquia por sua habilidade única de liderar uma nave estelar enquanto atua como reitora de uma instituição educacional:

A capitã que Holly interpreta é uma capitã diferente de todas que já vi em Star Trek. Porque ela não só precisa ser a capitã de uma nave estelar e de um grupo de pessoas, mas também precisa ser a reitora de uma escola. Então, ela precisa ter uma energia única e uma capacidade única de se conectar com o elenco e os jovens adultos, os cadetes. E é realmente interessante como a vida reflete a arte, e a arte reflete a vida.

O ator Robert Picardo reforçou à IGN a singularidade da personagem de Hunter (Akê), elogiando sua paciência com os cadetes – uma qualidade que, segundo ele, falta ao seu próprio personagem:

Parte do que torna Holly diferente de qualquer outro capitão da Frota Estelar que já tivemos é que ela desempenha uma função dupla, interpretando tanto a chanceler da Universidade da Frota Estelar quanto a capitã [da USS Athena]. Então, ela tem todas as habilidades de liderança para liderar como um capitão da Frota Estelar deve, mas você também tem uma maneira única de se relacionar com os cadetes, falando com eles de uma forma que eles entendam, algo que falta ao meu personagem. Eu não sou tão paciente quanto ela. Acho que é isso que a torna tão diferente e única de todos os capitães anteriores da Frota Estelar.

A complexidade de Akê ganha ainda mais camadas com sua herança meio-lantanita, revelado no painel da SDCC,  uma espécie longeva introduzida em Strange New Worlds.

Se você for cem por cento Lantanita, você pode ter imortalidade, sim. Mas eu sou meio, então viverei até uns 3.000 anos.

Questionada sobre uma possível relação com Pelia, personagem de Carol Kane, Hunter desconversou com humor:

Não, não que eu saiba… mas talvez sejamos parentes.

A volta de Robert Picardo como o Doutor é um dos grandes trunfos de Starfleet Academy. Como holograma, sua longevidade permite um salto de 800 anos desde os eventos de Voyager, ambientado no século 24. Alex Kurtzman um dos produtores da nova série, que também esteve presente a Comic Con, explicou como convenceu Robert Picard a aderir ao projeto da Academia: 

Sem dúvida, é um privilégio incrível poder contar com pessoas tão talentosas e experientes para trocar ideias. Sabe, nós construímos nosso trabalho sobre os ombros de gigantes como eles, não é? Então, logo de cara, quando começamos a conversar com Bob, a primeira coisa que fizemos foi perguntar: “O que você achou do Doutor? Para onde você imagina que ele pode ir?” Queremos absorver tudo o que Bob tem a compartilhar.

Em entrevistas ao Screenrant e IGN Picardo descreveu como seu personagem se apresentará no século 32:

Bem, meu personagem, que vem de Voyager, agora é uma inteligência artificial que esteve ativa por 800 anos. Eu diria que ele carrega muitas memórias e não é exatamente entusiasta de desenvolver relações interpessoais. Então, ele está um pouco mais profundo do que era antes. Esses jovens são adições maravilhosas à nossa franquia. Estamos muito felizes e sortudos por ter Holly conosco.

Agora, ele é a “inteligência artificial mais antiga e sábia” da Academia, ensinando disciplinas como xenobiologia e retórica aos cadetes.

Em entrevista ao ScreenRant, Picardo explicou que sua experiência em Star Trek: Prodigy, onde já lecionava para jovens, facilitou a transição para esse novo papel. No entanto, o Doutor de Starfleet Academy é mais complexo, moldado por séculos de memórias e experiências:

Ele tem muitas memórias e está um pouco mais profundo do que era. Mas ainda adoro ópera e falo sobre isso com meus cadetes.

Essa profundidade, porém, não elimina sua essência: o Doutor continua com seu humor característico e uma certa impaciência, especialmente em sua interação com Sam, uma cadete holográfica “recém-nascida” (interpretada por Kerrice Brooks). Picardo revelou ainda que Sam “o irrita terrivelmente”, gerando um conflito que promete momentos cômicos e tensos na primeira temporada.

A série está programada para estrear no início de 2026.

Fonte: TrekMovie