Filmes de DS9 estão fora de cogitação, diz Behr

Deep Space Nine está fora de cogitação para dar origem a um filme de Jornada para cinema. É o que pensa Ira Steven Behr, produtor-executivo que foi a alma da série durante suas temporadas decisivas. Ele deu uma entrevista à revista “TV Zone” recentemente, e declarou que aceitaria participar de um filme sobre Deep Space Nine na hora. “Mas as chances de eles fazerm são de pequenas a nenhuma”, disse.

“Eu acho que a série acabou deixando todo mundo um pouco desconfortável. Foi uma série que saiu das fronteiras do que era e não era permitido nos termos do franchise Jornada nas Estrelas”, argumentou Behr. “Acredito que o futuro resida nos livros que eu ouvi dizer que eles estão fazendo para continuá-la. Eu acho que é muito mais fácil trazer a Enterprise de volta. Ter uma nave de volta. É muito mais seguro. Deep Space Nine era um experimento audacioso. Não teve os índices de audiência.”

Ira diz que ainda mantém contato com Jornada, mesmo após três anos de afastamento da produção. “Eu ainda falo com revistas de Jornada, Ron Moore [um dos produtores-executivos de DS9] acaba de me ligar. Eu acabei de falar com Rene [Auberjonois, Odo]. Michael Piller [co-criador da série] me mandou esse novo piloto para eu olhar, então ainda estou muito conectado.”

O produtor, entretanto, não se parece muito interessado na atual fase de Jornada. “Vou assistir a Enterprise? Vou ligar? Não. Eu já vi Voyager? Não. Mas isso não é reflexo das séries. Você não pode se dedicar a algo por tantos anos e fazê-lo tão intensamente quanto faz com uma série de TV e então estar naquele ponto em que precisa de mais e precisa ver o que está rolando. Eu não preciso. Eu preciso das pessoas. Eu sinto falta das pessoas. Eu ainda falo com Jeff Combs [Weyoun e Brunt]. Eu vejo Jeff o tempo todo.”

Apesar da falta de apelo para o cinema, DS9 foi aclamada por muitos fãs e pela crítica de televisão. Ira conta o segredo do sucesso. “Nós gostávamos! Escrevemos para nós mesmos e tivemos um estouro! Não só era a melhor das séries, era também uma série sem uma resolução verdadeira, de certo modo. Precisa de uma espécie de filme para resolvê-la, já que eles deixaram aberta. Tivemos sorte de fazê-la. Tivemos sorte de fazê-la sob as circunstâncias em que fizemos. Era mesmo muito improvável que eles nos deixariam sozinhos tanto quanto deixaram. Mesmo Rick [Berman, o chefão do franchise] em um ponto saiu de perto e disse basicamente ‘Bem, você vai fazer se eu disser sim ou não mesmo!’ Foi uma experiência tão boa e agora que acabou, ainda é ótima. Eu disse isso aos escritores durante os últimos dias da série: apreciem o que vocês têm aqui, porque quando acabar, não vai ser recapturado facilmente.”

Ira garante que gosta de convenções. “Eles nunca me pedem, e todo mundo acha que não quero participar. É essa a coisa –as pessoas pensam que eu tenho um problema com convenções de Jornada e a resposta simples é que ninguém me convida! Eu fiz três vezes, acho, durante todos esses anos. Agora se eu dou uma entrevista, preciso sentar aqui com o Deep Space Nine Companion para aquecer minha memória. (risos) Uma amigo meu me escreveu um e-mail do Texas e disse que um amigo tinha algumas perguntas sobre DS9. Coisas sobre religião e os Bajorianos, e eu disse, ‘Diga a ele para comprar o Deep Space Nine Companion’. Eu não ganho um tostão por isso, mas essa não é a questão. Tudo que queríamos dizer sobre Deep Space Nine está bem ali naquele livro.”

O produtor-executivo também comentou sobre a verdade dos nomes em Jornada –a simplicidade é a lei. “Todo mundo se pergunta sobre o porquê e como… por que escolhemos isso ou aquilo, e a verdade é que boa parte é brincadeira. Você tem de chamar as pessoas de algo e inventar os nomes. O mais divertido de tudo para mim foi o de quantas pessoas vieram até mim e disseram, ‘Uau, latinum! Esse é um nome tão legal para trazer de volta a idéia de dinheiro. Latinum é tão bom e é um grande nome e tem uma boa sensação.’Ele olhou pra mim com uma aparência totalmente incrível em seu rosto e eu apenas disse ‘platinum’. Tudo que fizemos foi tirar o ‘p’, basicamente, mas todo mundo vinha e dizia, ‘Uau, que ótimo nome! Latinum, como eles conseguiram inventar isso?!”