DS9 3×22: Explorers

Sisko e Jake em "Explorers'

Visual “Júlio Verne” e trabalho com os personagens gera episódio vencedor

Sinopse

Data estelar: Desconhecida

Bashir está no bar do Quark, paquerando uma nova garota Dabo, a Bajoriana Leeta. Dax o interrompe para informar da chegada (em três semanas) da nave estelar Lexington, cuja oficial médica é a doutora Elizabeth Lense, a primeira colocada na classe de Bashir (que foi o segundo). O médico de DS9 se sente estranho, por ela ter podido escolher qualquer posição na época (a Lexington era o posto mais cobiçado então), inclusive a dele. Isto o faz sentir eternamente “o segundo melhor”.

Enquanto isso, o comandante Sisko volta de Bajor com os diagramas de projeto de uma antiga nave solar Bajoriana, que utiliza a “pressão luminosa” sobre largas velas como meio de propulsão. A lenda diz que os Bajorianos conseguiram chegar a Cardássia 800 anos atrás com uma espaçonave deste exato tipo. Sisko planeja construir a nave (à risca) e provar a sua funcionalidade no espaço. Sisko, nas três semanas seguintes, constrói a nave (sendo sua única “concessão de projeto” a instalação de um sistema de gravidade artificial sob o piso) e convida Jake para acompanhá-lo. Seu filho inicialmente recusa, mas acaba concordando.

Bashir dando em cima de Leeta, na primeira aparição da personagem em "Explorers"

Pouco antes de partir, Sisko recebe uma mensagem de Dukat, alertando-o sobre os “perigos” de tal viagem. O comandante não dá muita bola, achando que Dukat está mais preocupado com o fato de os Cardassianos temerem que a sua pequena empreitada possa mostrar que a lendária “antiga travessia” de fato aconteceu. Pai e filho partem e Jake se vê contaminado pelo entusiasmo “náutico” do pai.

Bashir tenta falar com Lense, que acaba de chegar ao bar do Quark, mas ela passa por ele como se não o conhecesse. Deprimido, Bashir toma um porre colossal com O’Brien em seus aposentos. Eles cantam “Jerusalem” completamente bêbados. Bashir decide confrontar Lense, mas O’Brien acha melhor deixar para depois, pois o médico mal se agüenta em pé. Bashir concorda e despenca no sofá.

Sisko e Jake na nave solar construida por Sisko

Sozinhos na viagem surge o ambiente ideal para Jake revelar que recebeu uma bolsa de estudos para escritores do importante Instituto Pennington na Nova Zelândia, Terra. Ben está orgulhoso, mas fica pensativo com a perspectiva de Jake deixar a estação. Subitamente um dos mastros da nave cede e os dois têm que se esforçar muito para retomar o controle. Ben ejeta uma das “velas” e o problema fica resolvido por enquanto.

Ben pensa em desistir, mas Jake diz que os antigos Bajorianos devem ter passado por acidentes similares e isso não foi problema para eles. Ben decide continuar e Jake revela que vai adiar a entrada no programa de Pennington ao menos por um ano. Para ganhar mais experiências sobre o que escrever. O filho também revela que não quer deixar o pai sozinho se (e quando) ele realmente partir e quer arrumar uma companhia para ele, uma namorada.

Nave solar construída por Sisko

Assim que Jake diz que conheceu uma mulher que ele acha perfeita para o seu pai, a nave solar sacode violentamente e surpreendentemente entra em dobra. Após algum tempo o fenômeno cessa e Sisko teoriza que a nave fora pega em uma corrente de táquions (partículas que viajam mais rápido que a luz) e acelerada por tal ocorrência. Os instrumentos de navegação foram danificados no acidente e o seu comunicador parece incapaz de contatar DS9, ainda que não esteja danificado. Eles não sabem aonde vieram parar.

Na estação, Bashir finalmente se encontra com Lense. A doutora diz que não o cumprimentou, porque sempre achou que ele fosse Andoriano (fruto de um mal-entendido de anos atrás). Para surpresa de Bashir, ela diz que o posto a bordo da Lexington se mostrou mais uma expedição cartográfica e ela têm dificuldade de mesmo encontrar um fungo vivo nas missões da nave. E mais, ela se mostra muito interessada nos trabalhos de longo prazo de Bashir em Bajor e os dois vão para a enfermaria ver mais sobre tais estudos.

Bashir e Lense, a primeira da turma de medicina, enquanto Bachir foi o segundo.

Jake conta mais sobre a capitã de cargueiro que conheceu e Ben acaba concordando em encontrá-la. Eis que subitamente surgem três naves de guerra Cardassianas na área. Dukat contata Sisko pelo rádio e afirma que foi enviado ali para felicitar Sisko pela sua chegada ao sistema Cardassiano. Ben e Jake se abraçam com grande alegria. Dukat também lê uma declaração em que Cardássia reconhece uma “recente descoberta” arqueológica que mostra que de fato a lenda da “antiga travessia” de Bajor a Cardássia é um fato real. O Cardassiano ordena uma salva de “fogos de artifício” de suas naves à medida que a pequena nave solar adentra o seu território.

Comentários

Praticamente inexistente em trama, o episódio é um “vencedor” pelo talento do elenco e pelo fato de seus personagens realmente se importarem uns com os outros. Todo o conceito da “nave solar” (como apresentado aqui) traz várias dúvidas e impossibilidades, mas de toda a forma o cruzamento entre uma sólida base científica e um ambiente “estilo Júlio Verne” trazem um frescor ao episódio que é digno de nota. E a sua atitude de uma maneira geral é realmente contagiante, mesmo que algo excessiva ao seu final. Mais detalhes, sem precisar construir uma nave solar Bajoriana no processo, nas linhas abaixo.

Talvez a maior “suspensão de descrença” (TM) necessária à apreciação do episódio seja o fato de Sisko conseguir construir a nave nas horas vagas em apenas três semanas. O pior é que o roteiro chega a mencionar que Sisko usou somente as ferramentas que os antigos Bajorianos usaram, eliminando a hipótese da utilização de “replicação industrial” na tarefa do comandante.

Title Card Deep Space Nine "Explorers"

O conceito básico de um “veleiro solar” é bastante sólido e Bajor tinha que ter na época (800 anos atrás) algum tipo de dispositivo de lançamento do solo ou de uma instalação orbital para a construção/lançamento de tais naves. O que contrasta um pouco com a “veia poética” tomada na construção da nave em si. As idéias de uma avançada fonte de força (não especificada a origem), suporte de vida (sem maiores detalhes), banheiro de “gravidade zero” e rações de emergência parecem OK. É curioso que apesar de os controles da nave lembrarem os de um veleiro marítimo, os dispositivos claramente operam mecanismos muito mais sofisticados que cabos e polias. As redes para dormir e o equipamento de navegação de Sisko (instrumentos e mapas — que simplesmente não podem esconder nenhum dispositivo high-tech) parecem abusar da “licença poética”, entretanto.

E fica a absurda idéia de que o sistema Cardassiano é “suficientemente perto” para a nave solar chegar lá em minutos em velocidade de dobra e “suficientemente longe” para que a mensagem de Sisko não chegue a DS9 antes das naves de Dukat se aproximarem. Se Sisko tivesse tomado todos os cuidados devidos, não haveria espaço para os personagens. O episódio seria de fato sobre a “nave solar” e fracassaria. Ainda assim fica mencionado que o comandante correu riscos demais.

Sisko construindo nave solar bajoriana

A explicação para a aceleração da nave a velocidade de dobra parece violar tudo que sabe sobre viagens acima da velocidade da luz em Jornada. E a esta altura do campeonato fica até engraçado imaginar se a nave solar tinha ou não tinha os infames “amortecedores de inércia” para evitar que seus ocupantes fossem reduzidos a pó sob extremas acelerações.

Cardássia ao final apenas honrou (à sua maneira, é claro) o recente tratado com Bajor (ver “Life Support”). Aliás, após o fiasco da Ordem Obsidiana na semana passada, Cardássia está mesmo precisando de alguns aliados. Ben e Jake em uma nave solar Bajoriana eram um pacote irrecusável em termos políticos. Coube a Dukat (outra óbvia escolha do Conselho Detapa) lidar com Sisko antes e depois. O papel de Dukat aqui não é um problema por si só. Só se lamenta que tanta coisa tenha acontecido com Cardássia e não saibamos o que pensa o velho gul de nada disto, até o momento. Só a utilização de literais “fogos de artifício” pareceu meio excessiva.

Naves cardassianas soltando fogos de artifício pela chegada de Sisko e Jake na nave solar até o espaço cardassiano

Novamente temos a preocupação de Sisko com a História (“Past Tense”) e o seu recente e crescente desejo em abraçar a cultura Bajoriana (“Destiny”). Curiosamente o episódio mostra como nenhum outro este ano a faceta de “construtor”, que Michael Piller atribuiu ao personagem nesta temporada. O episódio sabiamente não se excede na “falsa encrenca” a bordo da nave solar e não perde o foco da relação entre pai e filho. A primária caracterização de Jake por toda a série é vista aqui em primeira mão e o futuro afetivo de Sisko (com a capitão Yates) também foi introduzido nesta semana.

Temos também a história de Bashir. O fato de tanto Lense quanto Bashir nunca terem se dado ao trabalho de ver a foto um do outro é típica da cega competição na Universidade. Humanizar (dar uma face) ao oponente é se tornar menos competitivo. O que parece drástico, mas é o que realmente ocorre. Para Lense tais tempos (e tais atitudes) parecem muito distantes e para Bashir não. Somente o elogio da sua “mortal inimiga” é que fez ele perceber o quanto ele já superou aquele seu “eu” de quase quatro anos atrás.

A cena em Bashir e O’Brien se embriagam é um clássico instantâneo. Não somente de humor, mas (como nas cenas entre Ben e Jake) da mais clara verdade entre os personagens. É difícil não colocar um sorriso no rosto quando O’Brien admite “não odiar” mais Bashir. As cenas envolvendo a aposta entre Quark e Morn também foram brilhantes.

Bashir e O'Brien bêbados

Cliff Bole usou de uma mão suave e deve ter se divertido muito filmando os cenários da nave solar. As atuações foram extremamente naturais, sem truques ou manipulações. Tivemos algumas das mais belas tomadas da estação de toda a série e o visual (interno e externo) da nave solar foi um absoluto vencedor. Tal visual é sem dúvida um dos mais marcantes e característicos da série como um todo.

É difícil errar com Brooks e Lofton, Meaney e El Fadil juntos. A química está claramente lá. A relação entre pai e filho e entre “bons camaradas”, respectivamente, flui de forma natural — mais do que qualquer dos citados gêneros em Jornada. Meaney foi particularmente feliz em um papel de bêbado. Sem problemas quanto aos demais atores regulares.

Visão externa da estação número 9 (Deep Space Nine)

Alaimo coloca suficiente subtexto em sua parte para indicar claramente que o governo enviou gul Dukat em uma “boca podre”, ficando com o destaque entre os convidados. A estréia de Masterson se mostrou mais como um meio para satisfazer uma “cota de decotes da semana” (TM) do que para focalizar algum ponto específico da personalidade de Bashir. Hochwald se saiu bastante bem no papel.

É curioso que o leve roteiro de Echevarria consiga fazer ao menos duas “propagandas” da série. Na primeira e menos perceptível Jake diz que DS9 é um belo lugar para adquirir novas experiências. Na segunda e mais óbvia Lense compara a vida de um oficial de uma nave estelar com a de um oficial a bordo de uma estação espacial de uma maneira similar a que os fãs de Sisko e cia. muitas vezes comparam uma série baseada em uma nave com uma baseada em uma estação. Aliado a isso, temos o visual único (e específico da série) da nave solar em um episódio completamente sobre os seus personagens (outra característica marcante da série).

Dukat parabenizando Sisko em "Explorers"

A barba de Sisko era postiça aqui. Podemos ver em uma cena (aquela entre Bashir e Odo na enfermaria) o aparelho que Bashir utilizou para operar Bareil em “Life Support”.

É curioso que Dukat mencione os Maquis como uma “possível ameaça” à missão de Sisko, quando o Dominion cresceu tanto em importância como uma ameaça a ser temida na semana passada.

“Explorers” é um bom episódio de DS9. Um pequeno episódio sobre personagens, uma característica marcante da série.

Avaliação

Citações

“With all due respect, major, you’re beginning to sound like a Romulan.”
(Com todo o respeito, major, você está começando a soar como uma Romulana.)
O’Brien

“For a moment there, I thought you had been put in charge of the Cardassian Ministry for the Refutation of Bajoran Fairy Tales.”
(Por um momento, eu pensei que você tivesse sido encarregado do Ministério Cardassiano para a Refutação de Contos de Fada Bajorianos.)
Sisko

“In a few places, you’re writing about things you haven’t actually experienced… at least I hope you haven’t experienced. Unless you’ve joined the Maquis without telling me.”
(Em uns poucos pontos, você está escrevendo sobre coisas que nunca experimentou.. pelo menos eu espero que nunca tenha experimentado. A não ser que você tenha se juntado aos Maquis sem me contar.)
Sisko

“It’s not a synthale kind of night.”
(Não é uma noite do tipo bebida sintética.)
Bashir

“People either love you or hate you. I mean, I hated you, when we first met… and now…”
“And now?”
“And… now I don’t.”
(As pessoas ou amam ou odeiam você. Quero dizer, eu odiava você, quando nos conhecemos… e agora…)
(E agora?)
(E… agora eu não odeio.)
O’Brien e Bashir

“Better wait until tomorrow.”
“Why? Why not right now?”
“Because you can barely stand UP right now.”
“Good point.”
(Melhor esperar até amanhã.)
(Por quê? Por que não agora?)
(Porque você mal consegue ficar de PÉ agora.)
(Bom argumento.)
O’Brien e Bashir

Trivia

  • Hilary Bader tirou a inspiração da história nas aventuras do norueguês Thor Heyerdahl, que navegou com uma jangada do Peru ao Taiti, substanciando a teoria de que antigos botes poderiam ter de fato cruzado o oceano Pacífico. René Echevarria (que escreveu o roteiro) ficou entusiasmado com a possibilidade de fazer uma história com uma “nave a vela”. A teoria por trás de “naves solares” é sólida, utilizando a quantidade de movimento linear dos fótons (provenientes de uma estrela próxima) para exercer uma verdadeira “pressão luminosa” sobre gigantescas velas (de vários quilômetros quadrados de área). Tal mecanismo é muito eficiente, mas com baixas velocidades. A viagem entre planetas é de fato possível. Uma nave solar real deveria ter velas muito maiores do que as apresentadas no episódio, mas foi feita assim pra simplificar o trabalho da equipe de efeitos visuais. O visual “de algo escrito por Júlio Verne” para o interior da nave foi idéia de Echevarria também.
  • “Naves solares” são um assunto de real interesse do JPL (laboratório de propulsão a jato da NASA). O episódio recebeu o prêmio Best Vision of The Future da Space Frontier Foundation. Quem entregou o prêmio foi um cientista do JPL. “Que de fato trabalha em ‘naves solares'”, disse na época um orgulhoso Echevarria.
  • O trabalho de West foi muito difícil devido ao ambiente muito apertado do interior das “nave solar”. Mas o cinegrafista ficou muito feliz com o resultado, usando um tipo diferente de iluminação sobre materiais pouco vistos na série, em tons de cobre e cinza. Glenn Neufeld teve muito trabalho em tomar diferentes ângulos da estação, mas o trabalho final ficou maravilhoso, segundo o “guru” de efeitos visuais Dan Curry. A filmagem em si foi extremamente difícil, com a necessidade de ajustes de extrema precisão no sistema de comando numérico utilizado para usualmente filmar o modelo da estação.
  • Jim Martin levou os seus desenhos do exterior da nave para David Knoll (da Industrial, Light & Magic) que produziu o primeiro modelo diretamente em computação gráfica (para uma nave) da história de Jornada. O compositor Dennis McCarthy também ficou muito feliz por não ter (a bordo da “nave solar”) o “zumbido dos motores” (da camada de efeitos sonoras) para “brigar” com as suas composições durante a mixagem final.
  • O episódio ficou conhecido pelos produtores como o “episódio da borboleta”. A história de Bader envolvia O’Brien. Foram os produtores que a tornaram em uma história sobre Sisko e Jake. É pela primeira vez citada o segundo amor da vida de Sisko, a capitã de cargueiro Kasidy Yates (que será introduzida em cena no próximo episódio, “Family Business”).
  • O aspecto de escritor de Jake foi o mais sério traço do personagem em toda a série. O clássico “The Visitor” se baseia nessa noção. Este é um tópico mencionado a primeira vez em “The Abandoned”. A personagem Leane foi vista em “Life Support”.
  • Chase Masterson tentou o papel de Mardah em “The Abandoned”, mas o diretor daquele episódio, Avery Brooks, a achou absurdamente velha para Jake. Chase assumiu então o papel de Leeta, a “garota Dabo com o coração de Latinum”, que namoraria Bashir e depois se casaria com Rom e se tornaria a primeira-dama da Aliança Ferengi ao final da série. Leeta volta a parecer em “Facets”, ainda nesta temporada.
  • Ira Behr diz que a cena em que Bashir e O’Brien ficam bêbados, cantam “Jerusalem” e falam sobre a vida foi muito especial para ele. Foi algo simplesmente muito humano para o produtor-executivo da série. A escolha da canção foi idéia de El Fadil e Meaney.
  • “Jerusalem” é uma das conhecidas canções populares da Inglaterra e as versões mais conhecidas dela são aquelas feitas pelo conjunto Emerson, Lake & Palmer, em estúdio no álbum Brain Salad Surgery e ao vivo no álbum Welcome Back My Friends To The Show That Never ends.

    “Jerusalem” (Letra de William Blake e música de C. Hubert H. Parry):

    And did those feet in ancient time
    Walk upon England’s mountains green
    And was the Holy Lamb of God
    On England’s pleasant pastures seenAnd did the Countenance Divine
    Shine forth upon our clouded hills
    And was Jerusalem builded here
    Among these dark Satanic millsBring me my bow of burning gold
    Bring me my arrows of desire
    Bring me my spear – O clouds unfold
    Bring me my Chariot of FireI will not cease from mental fight
    Nor shall my sword sleep in my hand
    ‘Til we have built Jerusalem
    In England’s green and pleasant land

  • Em “Spock Amok”, da primeira temporada de Strange New Worlds vemos a delegação r’ongoviana utilizando uma nave solar.

Ficha Técnica

História de Hilary J. Bader
Roteiro de René Echevarria
Dirigido por Cliff Bole

Exibido em 8 de maio de 1995

Título em português: “Exploradores”

Elenco

Avery Brooks como Benjamin Lafayette Sisko
René Auberjonois como Odo
Nana Visitor como Kira Nerys
Colm Meaney como Miles Edward O’Brien
Siddig El Fadil como Julian Subatoi Bashir
Armin Shimerman como Quark
Terry Farrell como Jadzia Dax
Cirroc Lofton como Jake Sisko

Elenco convidado

Marc Alaimo como gul Dukat
Bari Hochwald como a doutora Elizabeth Lense
Chase Masterson como Leeta

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Edição de Mariana Gamberger

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