DS9 1×08: The Passenger

Segmento tem abordagem inadequada sobre o tema da possessão de corpos

Sinopse

Data estelar: Desconhecida

Um perigoso assassino morre em um aparente acidente, mas o oficial de segurança responsável por seu transporte acredita firmemente que a consciência do criminoso possa ter sobrevivido.

Quando sinais de que o assassino pode realmente estar vivo começam a aparecer, dá-se início a uma investigação para encontrar a resposta para o mistério.

Descobre-se, então, que o assassino manteve-se “vivo” ao transferir seu padrão mental, por meio de nanotecnologia, para outro indivíduo. No caso, esse indivíduo era ninguém menos que o doutor Bashir.

Comentários

E no que parece ser uma sina da temporada, temos mais uma trama deveras ordinária (aqui de possessão corporal) condenada ao esquecimento pelo diretor Paul Lynch. Apesar de que o seu desfecho é entregue tão claramente e tão prontamente no início (com Vantika se escondendo na mente de Bashir) que tudo menos uma execução imaculada seria insuficiente. O que resume bem os problemas à frente, e definitivamente não esperem por desenvolvimento de personagens (nem o de Bashir).

O episódio até que joga limpo no caminho escolhido, o que acaba por incluir uma cena em que Bashir/Vantika ataca Quark por trás, onde sua voz pode ser ouvida e o seu rosto pode ser visto brevemente. Apesar da execução beirar o amadorismo.

Dado o piloto automático da inglória trama, poucas partes se salvam, como, por exemplo, as presenças de Sisko e Odo, com o segundo colocando o cargo à disposição e o primeiro facilmente o dissuadindo disso (na esteira da descoberta do tenente Primmin como oficial de segurança federado na estação).

Cabe também mencionar que um aprofundamento do relacionamento de Kajada e Vantika (passado e presente) poderia ter sido um caminho melhor para o episódio como um todo.

Novamente temos muita tecnobaboseira envolvida no segmento. Ter a capacidade de transferir instantaneamente a consciência (na iminência da própria morte) com o toque de um dedo já é algo grande, mas o ato final vai muito além.

Dax é capaz de criar em minutos uma forma de atordoar remotamente Bashir/Vantika e em seguida separar os dois. Tudo isso a tempo do último intervalo comercial. Entre outras coisas.

Mas nada nos preparou para a atuação de Bashir como Vantika no ato final, algo que nos atinge com um humor involuntário tão efetivo que até nos faz esquecer das atrocidades dramáticas que estamos presenciando. A massagem capilar auto infligida quando a consciência de Bashir finalmente emerge é particularmente “efetiva”.

E mais algumas castanhadas:

– A presença do tenente Primmin faz sentido (em um lugar – de chefe da segurança federada na estação – que Eddington ocuparia anos mais tarde), pena que o seu ator não ajuda e o personagem não é trabalhado com a convicção devida, mais parecendo apenas um tapa buraco para a ausência do O’Brien;

– Um dos contratados pelo Quark (para Vantika) usa uma bandana de pirata. Aliás, nada acontecer legalmente com o ferengi aqui é, no mínimo, muito estranho (especialmente com ele descobrindo Bashir possuído por Vantika);

– O ego de Bashir continua completamente absurdo, vide o teaser do episódio em que diz que Kira deveria se impressionar com suas habilidades para curar (a cara da major é impagável nesse momento);

BÔNUS (DS9 REBOOT): O novo episódio se chama simplesmente “Julian Subatoi Bashir” e mostra em flashbacks a história de um menino, chamado pela família simplesmente de Suba, com imensas deficiências intelectuais, cognitivas e motoras. Tais deficiências não foram antecipadas pré-parto.

Os pais de Bashir investiram, então, em um procedimento proibido em toda a Federação, que concedeu a ele habilidades sobre-humanas. justo no lugar das suas deficiências.

Os demais flashbacks contam como ele aprendeu a esconder suas habilidades ao longo da vida (escola, esporte, tênis, Academia da Frota, escola de medicina etc. inclusive nos episódios da nova série até aqui).

No presente, Garak é introduzido, ele descobre o segredo de Bashir e o doutor descobre a primeira camada dos segredos do cardassiano. Garak explicitamente diz que está interessado em Bashir mas ele responde que está apaixonado por Dax (fica o subtexto de que ambos são Bi). Mas a amizade dos dois floresce.

Numa cena pós-créditos: Bashir encontra um dispositivo idêntico a um comunicador federado padrão, porém completamente negro em seu quarto.

Avaliação

Citações

“There’s nothing wrong with a good delusion. I sell them upstairs to dozen of people every day.”
(Não há nada de errado com uma boa ilusão. Eu as vendo lá em cima para dúzias de pessoas todos os dias.)
Quark

Trivia

  • Esta foi uma das duas únicas aparições do tenente Primmin (James Lashly) na série.
  • Um dos mercenários bajorianos que invadiram o Norkova tem um feiser tipo 2 do século 23 .
  • O título do episódio provavelmente é uma referência à música de 1977 de Iggy Pop com o mesmo nome.

Ficha Técnica

História de Morgan Gendel
Roteiro de Morgan Gendel, Robert H. Wolfe, Michael Piller
Dirigido por Paul Lynch

Exibido em 22 de fevereiro de 1993

Título em português: “O passageiro”

Elenco

Avery Brooks como Benjamin Lafayette Sisko
René Auberjonois como Odo
Nana Visitor como Kira Nerys
Colm Meaney como Miles Edward O’Brien
Siddig El Fadil como Julian Subatoi Bashir
Armin Shimerman como Quark
Terry Farrell como Jadzia Dax
Cirroc Lofton como Jake Sisko

Elenco convidado

Caitlin Brown como Ty Kajada
James Lashly como tenente George Primmin
Christopher Collins como Durg
James Harper como Rao Vantika

Balde do Odo

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Edição de Muryllo Von Grol
Revisão de Nívea Doria

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