Brannon Braga faz um balanço do primeiro ano

Brannon Braga, co-criador e produtor-executivo de Enterprise, chega ao final da primeira temporada satisfeito. Ou, ao menos, é a imagem que ele está transmitindo, em uma entrevista à edição de junho da “Star Trek: The Magazine”.

“Dos 26 episódios, acho que provavelmente tivemos 21 de todos eles certinhos”, diz. “‘Broken Bow’, ‘Fight or Flight’, ‘Unexpected’, ‘The Andorian Incident’, ‘Dear Doctor’ e ‘Shuttlepod One’ são episódios sensacionais; ‘Detained’ foi um grande episódio Suliban e eu realmente gostei de ‘Fusion’. ‘Terra Nova’ tinha bom material nele, mas não foi um bom episódio. E eu pessoalmente sinto que ‘Sleeping Dogs’ poderia ter sido melhor. E ‘Oasis’, eu senti que não foi muito inspirado.”

Braga diz que, na média, ele acredita que o primeiro ano foi bem-sucedido. “Sinto-me muito bem. Predominantemente o feedback tem sido ótimo. Há episódios que eu gostaria que tivessem sido melhores, mas então há alguns episódios de que estamos muito orgulhosos.”

Ele revela que o trabalho foi mais intenso para ele e Rick Berman, em razão da nova equipe de roteiristas. “Eu acho que lutamos para montar a equipe de roteiristas certa. Jornada já é difícil de escrever normalmente, e essa série é um pouco diferente. Basicamente eu, ou Rick e eu, tivemos de rescrever todos os episódios, e tem sido um trabalhão”, explica Braga.

O produtor-executivo também falou dos personagens da série e seu desenvolvimento ao longo da temporada, confessando que o trio Archer/Trip/T’Pol é deliberadamente inspirado por Kirk/Spock/McCoy.

“Fizemos deliberadamente e estamos muito, muito satisfeitos com a forma com que nos saímos. Definitivamente os vemos como o triunvirato, e sempre mantemos isso em mente quando criamos cada história”, disse.

Braga também confessou que houve um esquecido entre os personagens: Travis Mayweather, interpretado por Anthony Montgomery. “Se há um personagem que eu acho que poderíamos usar um pouco mais, é Mayweather; toda temporada, um personagem acaba ficando um pouco esquecido. Você meio que entra no ritmo e então percebe, ‘Oh merda, precisamos prestar mais atenção no Mayweather!'”, afirmou.

“Nós decidimos que era hora de colocá-lo em situações onde ele poderia fazer coisas diferentes e não ficar batendo no lance de ‘boomer’. Eu acho que definitivamente fizemos isso na segunda metade da temporada.”

Com o resto, ele está bem satisfeito. “Trip é um ótimo personagem, e Connor Trinneer está o interpretando com perfeição e além. E nós amamos Reed; Dominic é ótimo. Nosso único obstáculo a evitar com Reed era fazer dele um personagem britânico clichê. O mesmo vale para Trip –não queríamos fazer clichês sulinos. Querímos fazer deles personagens singulares e não estereótipos.”

“O perigo de Phlox era transformá-lo num Neelix. Mas eu vejo Phlox como um personagem incrivelmente sábio e de mente aberta, que abraça muitas idéias diferentes de diferentes culturas e aplica às suas práticas”, diz. “Acho que ele é algo mais de uma Guinan do que de um Neelix. E estamos vidrados por Phlox. Eu acho que John Billingsley é um ator soberbo, e ‘Dear Doctor’ foi provavelmente meu episódio favorito este ano.”

Hoshi Sato, interpretada por Linda Park, viu uma pequena mudança em sua caracterização no comecinho da temporada, quando sua aversão ao espaço foi logo suprimida. Braga comenta a decisão. “Acho que o único personagem em que fizemos um ajuste logo no começo foi Hoshi; queríamos que ela permanecesse um pouco mais neurótica por um período maior de tempo. Mas percebemos que aquilo podia ficar chato muito rápido, então decidimos dar a Hoshi sua adaptação ao espaço um pouco mais depressa.”

Todos os personagens estão norteados, na mente de Braga, por um desejo de retornar ao estilo da Série Clássica de maravilhamento e empolgação. “Queríamos mais senso de camaradagem e a vibração da exploração; uma sensação de verdadeira aventura. Essas foram as coisas que nos foram oferecidas na série original que talvez tenham diluído um pouco nas séries subsequentes.”

Fonte: TrekWeb