Michael Dorn explica ideia para série “Captain Worf”

Michael Dorn é um dos grandes atores de Star Trek e adorado pelos fãs como o Klingon Worf. Ele esteve em todas as sete temporadas e longas de A Nova Geração, quatro de Deep Space Nine, além de uma participação especial no filme Star Trek VI: The Undiscovered Country. Outros trabalhos de Dorn tem sido através das muitas dublagens de desenhos animados e vídeo games. Também já teve participações como ator em séries incluindo Arqueiro, Heroes, Castle, entre outros. Seu último papel foi no filme de ficção científica Agent Revelation, que foi lançado on demand, no fim de semana passada. Num bate papo com o site TrekMovie, Dorn falou sobre seu tempo em Jornada e sobre a possibilidade de seu retorno à franquia, além da ideia em cima do projeto “Captain Worf”.

Começo de Worf até Deep Space Nine

Ao lembrar de seus tempos na franquia, Dorn disse que o momento de virada para ele na série A Nova Geração veio com a saída da atriz Denise Crosby, que fazia a oficial de segurança Tasha Yar. Com a morte da personagem, Worf assumiu o posto de chefe de segurança. Dorn disse que não houve menção de nada, apenas quando recebeu o roteiro percebeu que Tasha tinha morrido.

Eles não queriam que ela fosse embora – eles não queriam perder aquele personagem. Ela era uma personagem extremamente popular, eu acho que a personagem Tasha Yar meio que rivalizava com Data. Portanto, eles não queriam perdê-la. Mas eu acho que eles tiveram uma reunião e disseram: “Deus, o que vamos fazer? Ela é chefe de segurança. É um grande papel. Precisamos de alguém que seja um grande macho, o tipo de cara que assume o controle. Quem você acha?” E eu acho que eles disseram: “Espere um minuto, e o Worf? Oh meu Deus“. E uma vez que eles decidiram fazer isso, acho que todos ficaram agradavelmente surpresos com o bom ajuste que foi. Mas se foi planejado, eu não sabia até que recebi o roteiro.

Denise Crosby as Tasha Yar in TNG's "The Naked Now" | TREKNEWS.NET | Your daily dose of Star Trek news and opinion

Mas eles descobriram depois que Worf era um personagem divertido porque era muito ignorante. E ele não estava tentando ser engraçado, mas isso o tornava engraçado. E ele era o tipo de machão no set, porque estava sempre em batalhas. Estava sempre sorrindo como segurança. Ele estava na ponte, trabalhava na engenharia, estava em todos os lugares. E eu achei isso muito legal. Então mudou o foco, mas ele já estava se tornando parte integrante da tripulação quando ela saiu. E então quando ela foi embora, ele REALMENTE se tornou parte daquela equipe.

Outro desafio de atuação para Dorn foi interpretar um pai sem experiência em lidar com seu filho, Alexander Rozhenko (Jon Paul Steuer).

 Ele simplesmente não sabia como fazer funcionar. Isso para mim foi um grande desafio. E, felizmente, eles pegaram tudo isso e escreveram coisas realmente fantásticas para o personagem, e seguiram para Deep Space Nine.

O ator ainda lembra sua entrada na série Deep Space Nine.

Todo mundo sabia que Deep Space Nine estava meio que abaixo nas avaliações (de audiência). Eles definitivamente queriam passar sete anos, então me chamaram para ajudar com os índices. E eles tinham um enredo pronto para começar. Depois disso, houve muita negociação de dois meses ou mais. Mas eles realmente queriam fazer isso. Então, eu percebi que eles iriam tornar o personagem parte de Deep Space Nine. Foram dois desafios para mim, porque, em primeiro lugar, o desafio é chegar lá para fazer o que eles esperavam que você fizesse, que seria ajudar na audiência. O que de fato aconteceu, e foi ótimo. E o outro desafio foi que eu sabia que um personagem de outra série entrando em uma série já estabelecida pode ser problemático para todos os envolvidos.

Uma série chamada “Captain Worf”

Há uns cinco anos atrás, Michael Dorn havia tentado encaixar sua ideia de nova série Trek para televisão. O projeto tinha como protagonista o capitão Worf. Dorn disse que chegou a conversar com os poderosos do estúdio, mas não havia uma definição clara deles.

Sim, na verdade eu conversei com eles. E, curiosamente, parece subir e descer. Há interesse e depois não há. Então, há interesse e não há. E acho que há dois anos achei que eles iriam levar esse projeto um pouco mais longe. Mas isso não aconteceu. Portanto, não sei se toda a ideia está morta – não de minha mente. [risos] Eu acredito que eles estão perdendo uma grande oportunidade de inserir algo em Star Trek que sempre fez parte do léxico de Star Trek, que são os Klingons.

E como seria essa série do Capitão Worf?

Basicamente, o roteiro que escrevi foi: Em vez de olhar para o Império Klingon pela Frota Estelar, olhamos para a Frota Estelar pelo Império Klingon. E isso vem acontecendo há décadas, o Império Klingon simplesmente não pode continuar. São os russos, basicamente. E eles decidem que têm que morrer com uma espada nas mãos e se extinguir, ou mudar com o tempo e se tornar algo diferente. E Worf é o cara que diz: “Temos que mudar com o tempo, essa é a marca de um guerreiro”.

E já que Worf abriu sua boca grande e disse: “Isso é o que temos que fazer”, então eles dizem: “Ok, então você é o cara que tem que ir a todos esses mundos”. E cada mundo é diferente. Alguns mundos estão se rebelando. Alguns mundos querem fazer parte do Império Klingon. Alguns mundos querem ser independentes. E então todo episódio é isso.

E ele é um capitão a bordo de uma nave.

Worf é um personagem que não tem medo, e os fãs sempre gostaram disso nos Klingons, diz Dorn. Então, a escrita de Captain Worf é claustrofóbica e shakespeariana em seu escopo. Existem assassinatos, golpes e política nos bastidores. Para o ator seria um ajuste ótimo e não se parece com nada que já tenha passado no All Access.

É engraçado porque é como se eles estivessem procurando por algo e tivessem ignorado totalmente esse caminho fácil. Mas veremos o que acontece. Não sei se está morto ou não. Eu tenho o roteiro pronto. [risos] Está no meu computador e pronto para ser enviado por e-mail a qualquer pessoa interessada. Mas veremos. Eles têm sua própria opinião sobre essas coisas, e vamos deixar por isso mesmo.

Participar de Star Trek: Picard vai depender do roteiro

Jonathan Frakes, Marina Sirtis e Brent Spiner já deram as caras em Star Trek: Picard e outros membros de A Nova Geração, como Gates McFadden e LeVar Burton, disseram que estão em negociações para uma participação na segunda temporada. Worf chegou a ter seu nome citado na primeira temporada da série. Mas para Dorn, retornar à franquia dependeria de como seu personagem se situaria.

Bem, deixe-me colocar desta forma. Não fui contatado sobre isso. Mas não gosto de dizer sim ou não. Realmente depende de algumas coisas. Depende da função. Depende de como eles querem apresentá-lo. A única coisa que você precisa entender é que preciso entrar na maquiagem. Você está falando cerca de três horas. Para eu fazer isso, realmente tem que valer a pena, entende o que quero dizer? Eu não quero me maquiar e apenas ficar parado e fazer cara feia para as pessoas.

Dorn também disse que não recebeu nenhum convite para dar a voz em Lower Decks.

Eles não, eles não entraram em contato comigo. Nem um pio. Então eu presumi que isso não iria acontecer.

Embora não tenha perdido as esperanças, o ator brinca imaginando como seria a conversa no estúdio em relação ao seu projeto Worf.

[risos] Eu rio porque às vezes penso que eles estão pensando, ‘Você sabe, precisamos de algo neste CBS All Access. Precisamos de alguém que fez mais Star Trek do que qualquer um. Deus, quem você acha?’ – E quanto a Michael Dorn? “Não, ele não é adequado”. [risos] Acho que essa é a conversa. Pelo menos, eu rio disso.