PIC 2×09: Hide and Seek

Episódio mais fraco da temporada se beneficia quando trata das questões pessoais de seus personagens

Sinopse

Com o controle do transporte da Sirena, a Rainha Borg/Jurati leva seus novos drones mercenários aos arredores do Château Picard, onde Jean-Luc e seus colegas se reuniram para tentar proteger a nave. Rios percebe que não tem acesso ao transporte e foge com Teresa e Ricardo. A bordo da nave, Jurati dá mais um passo para se tornar efetivamente a Rainha Borg, ao incorporar o traje de sua predecessora. Ela está pronta para partir na Sirena, mas descobre que também não tem mais acesso aos sistemas de propulsão. Descobrimos, então, que a consciência de Jurati segue lutando contra a da Rainha Borg e implementou um bloqueio criptografado. A senha? Foi codificada em um holograma de combate de emergência, na forma de Elnor. O romulano holográfico se esconde na nave, até encontrar uma espada para enfrentar os drones capangas de sua majestade.

Enquanto isso, a tripulação vaga pelo casarão da famíia Picard enquanto tenta resistir ao ataque dos drones e chegar à nave. No tiroteio, Rios é ferido, e Tallinn usa seu transporte para levar Rios, Teresa e Ricardo de volta ao seu apartamento. Lá, a médica ajuda a tratar Rios, enquanto o menino dorme um pouco. Ela quer que Rios não volte à luta e, mais que isso, permaneça no passado. Mas ele diz que precisa ajudar seus amigos.

Eis que, no Château Picard, Soong aparece comandando os drones e sugere uma trégua: eles saem do caminho e, em troca, poderão viver. Jean-Luc, naturalmente, recusa, tentando explicar ao cientista que o futuro em que ele é um herói é catastrófico para a galáxia. Começa, então, um “esconde-esconde” entre a turma de Picard e os capangas de Soong, o que remete Jean-Luc a suas lembranças de infância. O grupo se divide: Sete e Raffi partem num rumo para tentar chegar à Sirena, enquanto Picard e Tallinn vagam pelos túneis sob o casarão.

As duas conseguem entrar na nave e encontram o holograma de Elnor. Sete o convence a lhe dar o código para acesso aos sistemas da nave e recuperar o controle do transporte. Com ele, detecta todos os drones nos arredores e os rematerializa nas paredes do château. O jogo começa a virar para Picard. Mas a celebração se mostra prematura, pois a Rainha Borg/Jurati tem um inibidor de transporte. Com seus tentáculos, ela desativa Elnor e fere mortalmente Sete. Ela está prestes a assumir o controle da Sirena, quando Jurati tenta mais uma vez intervir a favor dos amigos, sugerindo que o destino dos borgs, em qualquer linha do tempo, é fracassar, e que a Rainha Borg poderia aprender com isso e conceber uma nova Coletividade, baseada em cooperação, preservação da individualidade e assimilação voluntária. Sua majestade fica intrigada pela proposta e aceita um acordo: ela salvará a vida de Sete, que tem seus implantes borgs restituídos, em troca da Sirena. Raffi e Sete ficam para trás, e a Rainha/Jurati parte na nave rumo ao Quadrante Delta, deixando um recado para Picard: para preservar o futuro, é preciso duas Renée, uma que vive e outra que morre.

No château, Picard e Tallinn finalmente são encontrados por Soong e dois capangas. Quando estão prestes a morrer, Rios aparece e consegue neutralizar os mercenários do cientista. Mas, na confusão, Soong foge. E Jean-Luc, ao ver a chave do velho quarto em que a mãe havia sido presa quando ele era criança, finalmente se lembra da memória traumática que havia bloqueado: ao atender às súplicas da mãe e abrir a porta, ela saiu e cometeu suicídio, enforcando-se no solário.

Picard, Tallinn, Rios, Sete e Raffi veem a Sirena partindo, e o recado da Rainha Borg é transmitido. Mas Jean-Luc não está disposto a aceitar um desfecho que ainda não tenha acontecido e chama sua tripulação ao trabalho.

Comentários

Uma sinopse honesta e um tanto maldosa de “Hide and Seek” poderia ser: “Almirante (quase) centenário brinca de esconde-esconde durante a noite com cientista enlouquecido enquanto trata trauma de uma infância passada séculos no futuro. Por seu lado, duas de suas colegas batem cabeça e trocam tiros com os inimigos geneticamente modificados e borgificados, e o outro colega tem um ato de heroísmo, numa tentativa de justificar sua presença na aventura. Nesse ínterim, ex-companheira de viagem continua com suas crises de identidade, com a outra vilã da temporada alojada em sua cabeça”. Embora seja uma descrição jocosa dos eventos, é algo assim que chama a atenção no episódio logo na primeira assistida, além das cenas de ação excessivamente escuras que em nada se beneficiam com as miras a laser na cor verde borg dos bandidos, que caçam os heróis na tal brincadeira de esconde-esconde mortal entre adultos.

Adotando uma atitude de maior boa vontade, porém, podemos destacar que as imagens escuras, tanto nos arredores do Château Picard quanto nos túneis subterrâneos da propriedade expressam bem o momento da temporada, em que os vilões parecem dominar a narrativa. Soong, interessado em se livrar da presença de Picard, e a Rainha Jurati, em tomar a Sirena confederada para si, têm um pequeno exército para os auxiliar nos intentos. Os mocinhos estão em número reduzido, uma vez que a já pequena equipe de Picard está desfalcada (não bastasse Elnor estar morto e Soji ter permanecido no século 25, Rios é ferido pelos inimigos). Mesmo a tática “dividir para (re)conquistar” não parece convincente (nem para eles), em face a tanta desvantagem. Portanto, temos essa sensação de tempos sombrios, refletidos na escuridão da noite e nas “mil maneiras de morrer” nos túneis sob o château.

O clima sombrio do presente contrasta com as lembranças de família da pré-adolescência de Picard no interior da casa, em cores quentes e mais aconchegantes de momentos anteriores à brincadeira de esconde-esconde do jovem Jean-Luc e sua mãe Yvette no subsolo. Quando o almirante, junto com Tallinn, leva o jogo persecutório atual para o cenário da brincadeira infantil, somos levados novamente às lembranças mais sombrias de Picard, aquelas que tornam sua mente o lugar amedrontador, visto principalmente em “Monsters”. São justamente essas memórias que guiam o almirante idoso pelo local que apenas visitara quando menino e que também o fazem hesitar algumas vezes em seu caminho, numa boa escolha narrativa para entendermos o seu estado psicológico e vermos que, de fato, ainda há algo a ser resolvido em seu trauma.

Nessa perseguição de um cientista louco a um mocinho próximo dos cem anos, evidencia-se que Picard (assim como seu intérprete, Patrick Stewart), apesar de seu novo corpo, está numa idade muito avançada e seu físico bem mais frágil que na série e nos filmes de A Nova Geração. Por um lado, pensamos que não é a brincadeira de esconde-esconde mais empolgante e dinâmica que já vimos, mas serve bem ao contraste e às semelhanças da velhice e da infância do personagem, justamente no local em que, em sua mente, Jean-Luc está aprisionado há tantas décadas.

Ter Soong se opondo tão frontalmente a Picard desperta grande interesse, pois Brent Spiner e Patrick Stewart transportam a boa química deles de uma relação de amizade, companheirismo e admiração (entre Data e Picard) para uma de rivalidade, antagonismo e inimizade. No entanto, o que acaba enfraquecendo essa inversão no jogo interpretativo é que o trabalho de Spiner acaba por ecoar demais outros Soong em momentos vilanescos — mais notadamente Lore. Não ajudou muito o ator o personagem ter tintas muito carregadas no estereótipo do cientista tão brilhante quanto megalômano e disposto a tudo para seu nome ficar para a História a ponto de ter uma estátua em sua homenagem numa versão tirânica do futuro distante. O personagem cada vez se consolida mais como um vilão maniqueísta e parecido com outros tantos que já vimos em tela em várias franquias e histórias solo.

Ferido logo no início do segmento, Rios passa boa parte do episódio querendo provar o seu valor. Por mais que esteja aos cuidados de sua amada médica Teresa, ele finalmente parece lembrar-se de que é um capitão da Frota Estelar e que isso demanda certa dose de heroísmo e possível sacrifício. Quando enfim consegue acionar o teletransporte do apartamento de Tallinn para retornar ao château, ele consegue aparecer convenientemente entre Soong e Picard, aniquilando um dos capangas borgs (que também convenientemente carregava a chave que guarda o segredo do trauma de Jean-Luc) e dando a Soong a chance de fugir do local — sabe-se lá se por feitiçaria ou por tecnologia. Finalmente Rios começa a se parecer um pouco mais com aquele que vimos em “The Star Gazer”, o que nos deixa apreensivos com o que o aguarda na próxima semana. Apesar dessa retomada, assim como seu protagonismo nas críticas à política atual de imigração dos EUA serem pertinentes e bem feitas nos episódios 3 a 5 da temporada, ele parece não se encaixar muito bem no enredo atual e nos remete mais a quem era no início da série, perdendo o desenvolvimento pelo qual passou na aventura anterior.

Ao menos ele participou de um momento crucial: a recuperação da peça-chave para o quebra-cabeça da mente torturada de Picard. Nesse momento em que o esconde-esconde passa para a superfície e o jogo começa a virar,  podemos ver as cores recomeçando a se associar à casa ancestral. Quando o almirante vê a chave cair do borg aniquilado, aquilo o faz finalmente acessar uma memória que bloqueara desde a pré-adolescência: Jean-Luc carrega por décadas a culpa de ter indiretamente auxiliado a própria mãe a consumar o suicídio. Esse bloqueio da memória honra um dos últimos pedidos de Yvette de que ele não se lembrasse dela como uma estrela moribunda, e sim do quanto ela o amava. Esse é mais um elemento na ressignificação do personagem Jean-Luc Picard, que conhecemos há 35 anos: mais do que aceitar que a mãe tinha, sim, problemas de saúde mental, ele precisa se livrar dessa imensa culpa e se perdoar, para poder se libertar e seguir em frente. Ressignificamos, também, a cena vista em “Where No One Has Gone Before”, de TNG, quando Jean-Luc avista uma Yvette idosa: não se trata somente da saudade de uma mãe com quem convivera até a idade adulta, mas expressa o desejo de poder ter tido a presença dela por mais tempo em sua vida, se ao menos ele não tivesse usado aquela chave…

Voltando-nos aos dois grupos que tomam a Sirena em momentos distintos e começando pelas aliadas do protagonista, Raffi e Sete encontram inimigos pelo caminho — em cenas de ação que mais acompanhamos por som do que por imagem — enquanto prosseguem em suas DRs. Ficamos sabendo que Sete tentou entrar para a Frota depois que veio do Quadrante Delta com a Voyager, mas por motivos discriminatórios no interior da (aparemente sempre justa e isenta dessa péssima característica) instituição, não foi aceita, levando-a a juntar-se aos Rangers. Ela ainda conta que Janeway tentou interceder por ela, pondo o próprio cargo em risco — em um paralelo entre a capitão da Voyager e Picard quando tentou interceder pelos romulanos, como visto na primeira temporada de Picard. Isso acaba por reforçar a semelhança entre Voyager A Nova Geração, além de enriquecer nossos  conhecimentos sobre Sete e Janeway.

Já a Rainha Jurati aparenta estar totalmente controlada pela consciência da majestade borg, o que é visualmente apresentado quando ela assume o figurino da personagem de Anne Wersching. No entanto, acabamos por descobrir que, na verdade, a consciência de Jurati andou agindo furtivamente, impedindo o acesso da Rainha Borg aos sistemas da nave e encriptando o código de acesso num holograma de combate de emergência, na figura de Elnor. Ao longo do segmento, voltamos a ver um dos pontos altos dessa temporada: os embates entre as consciências da Rainha e de Jurati, mostrando novamente o belo trabalho de ambas as atrizes, Anne Wersching e Alison Pill, respecticamente. No melhor estilo Jornada nas Estrelas, Jurati não “vence” o conflito ao se impor violentamente à borg, mas ao, através de empatia, mostrar o quanto ambas são parecidas e que a principal fraqueza dos borgs — que os leva sempre à aniquilação em qualquer linha do tempo — é buscar uma coletividade baseada em subjugação e não em cooperação.

Em sua argumentação, diante de uma moribunda Sete de Nove atacada pelos tentáculos controlados pela Rainha, Jurati usa a ex-borg como um exemplo daquilo que vem afirmando, pois ela mostrou seu lado mais humano mesmo com todos os implantes que possuía. Apesar de ter sido assimilada contra a vontade na infância, uma vez que se viu fora da Coletividade, pôde mostrar o seu valor e conciliar dois lados aparentemente antagônicos. Conciliando a consciência de Jurati e a de sua majestade, é possível construir uma nova Coletividade, formada de “várias Sete”. O símbolo disso é o corpo humano de Annika sendo salvo por meio da assimilação da Rainha Jurati, permitindo que Sete possa continuar vivendo e provando o seu valor. Por fim, num gesto de boa vontade, ainda deixa uma dica baseada em sua capacidade de ver diferentes linhas do tempo: para a missão Europa ser realizada, é necessário duas Renée, uma que viva e outra que morra.

Um ponto polêmico no episódio é o holograma de combate de emergência. Não bastasse ter as habilidades de combate de Elnor, é revelado que a tecnologia da Confederação permite não apenas usar a aparência de pessoas que já pisaram na nave nos hologramas, mas que estes retêm as memórias dessas pessoas. Embora fiquemos na dúvida do quanto conseguimos acreditar numa maravilha tecnológica dessa magnitude (que, bem no estilo confederado, é bastante invasiva), serve tanto para distrair as forças borgs que tomaram a nave quanto para facilitar a entrada de Sete e Raffi, permitindo que elas retomem controle dos sistemas da nave. O holograma herdeiro das lembranças de Elnor tem também outra função: expiar a culpa de Raffi, pois ele afirma que o jovem romulano não a considerava responsável por seu destino trágico. Apesar de não se tratar do “verdadeiro Elnor”, a cena (aparentemente) propicia uma bela despedida para o personagem e o ator, num de seus melhores momentos na série.

Podemos dizer que este segmento se integra à temporada — e à série como um todo — quando traz uma abordagem do lado mais pessoal, por meio do autoaceitação, dos personagens — Picard aceitando a culpa para poder se autoperdoar; Raffi sendo perdoada simbolicamente por Elnor, levando ao próprio autoperdão; Sete aceitando definitivamente (ou ao menos não podendo fugir de) o seu lado borg; Jurati buscando um acordo com a Rainha Borg para que ambas possam se tornar, juntas, um ser novo. É exatamente quando aprofunda as questões pessoais dos personagens que temos o melhor da segunda temporada. No entanto, é frustrante que histórias tão importantes de serem discutidas tenham sido relegadas a segundo plano e diluídas ao longo da temporada — como a de Sete — ou mesmo parecerem penduricalhos na trama principal que vem sendo contada — como as de Rios e Raffi.

Podemos notar a importância da trama de Sete apenas neste nono episódio, quando já não estávamos mais tão investidos emocionalmente na trajetória da personagem. A de Raffi poderia ser mais aprofundada em um arco mais delimitado, talvez em outra temporada, de maneira a ser mais bem explorada e desenvolvida.

No entanto, é a trama de Rios a mais deslocada em relação à temporada: por mais que possamos traçar algum paralelo do conflito com a Imigração com os borgs tais como conhecemos desde TNG, acaba se perdendo em meio à descaracterização do que havia sido construído para o personagem ao longo da primeira temporada e nos primeiros episódios desta. Permanece a dúvida do que ele, assim como Raffi, estão fazendo no século 21, por que não estão mortos como Elnor ou então vivendo suas vidas no século 25, como Soji? Não seria melhor para ambos? É muito frustrante ver o tratamento que os personagens — que foram criados para justamente esta série — tiveram na segunda temporada até o momento e é difícil de acreditar que é algo reversível restando apenas um episódio para o fim.

Portanto, apesar dos pontos positivos — principalmente com Picard e seu trauma, além de um último embate entre Jurati e a Rainha Borg –, “Hide and Seek” gasta muito de seu tempo com cenas pouco visíveis de ação, com a história deslocada de Rios e a consolidação da percepção de que Adam Soong não passa de um vilão maniqueísta cansativo. Isso torna este o episódio mais fraco da temporada, embora não nos faça avaliá-lo abaixo da média da escala do TB. Ah, e como seus predecessores, temos um gancho (que finalmente lembra que a Missão Europa foi introduzida na temporada) e muitas pontas ainda soltas nessa(s) grande(s) trama(s)…

Avaliação

Citações

“I’m not… well, I wasn’t a violent man, Picard. This is very new to me.”
(Eu não sou… bem, eu não era um homem violento, Picard. Isso é muito novo para mim.)
Adam Soong

“Did you know that space is so vast, so infinite, it takes billions of years for that tiny pinprick of light to make that lonely journey from its star to our eyes? The brilliance you see in the night sky, Jean-Luc, that exquisite light, it’s just an echo, really, of a star that has long since faded. Like me. When you remember me, Jean-Luc, promise… promise me you will ignore the coldness of a dying star and remember instead her light and the infinite love she so very much had for you.”
(Você sabia que o espaço é tão vasto, tão inifinito, que leva bilhões de anos para aquele minúsculo ponto de luz fazer a jornada solitária da sua estrela até os nossos olhos? O brilho que você vê no céu noturno, Jean-Luc, aquela luz incrível, é apenas um eco, na verdade, de uma estrela que desvaneceu há muito tempo. Como eu. Quando se lembrar de mim, Jean-Luc, prometa… me prometa que você vai ignorar a frieza de uma estrela moribunda e, em vez disso, vai se lembrar da luz e do amor infinito que ela tanto tinha por você.)
Yvette Picard

“In this or any other universe, you always lose. That’s why you fight so hard. You live with the death knell of your species across infinite timelines. You fear loss, just like we do. You long for what we all long for. Connection. Longevity. Discovery. Only you offer it without choice. I’m saying, what if we ask for it? You and I?”
(Neste ou em qualquer outro universo, você sempre perde. É por isso que você luta tanto. Você vive com a sentença de morte da sua espécie através de inifitas linhas do tempo. Você teme a perda, assim como nós. Você anseia pelo que todos nós ansiamos. Conexão. Longevidade. Descobertas. Só que você oferece isso sem uma escolha. O que eu estou dizendo é: se se pedíssemos por isso? Você e eu?)
Agnes Jurati

“There are moments in time we wish we could travel back to. Memories, pieces of life better lived in reverse. In those moments, tragic endings might rewind into joyful beginnings.”
(Há momentos no tempo para os quais gostaríamos de poder voltar. Memórias, partes de uma vida que são mais bem vividos ao contrário. Nesses momentos, finais trágicos podem voltar a ser inícios alegres.)
Jean-Luc Picard

Trivia

  • Este é o primeiro crédito de escrita em Star Trek para Matt Okumura, que se juntou a Picard na segunda temporada como editor de histórias. É apenas o segundo crédito de roteiro em sua carreira, sendo o primeiro um episódio de Smallville.
  • Este também é o primeiro crédito de roteiro para Chris Derrick, que se juntou à série como redator da equipe durante a segunda temporada.
  • Este é o primeiro crédito em Star Trek para o diretor Michael Weaver, que trabalhou como diretor de televisão regularmente durante a última década, após a transição de mais de uma década como cineasta.
  • Entre os brinquedos do jovem Jean-Luc, estava uma versão reequipada da Enterprise NX-01 e de uma nave da classe Miranda. A NX-01 reequipada traz o desenho de Doug Drexler pós-Star Trek: Enterprise para o cânone de Jornada.
  • Mais tarde, essa versão da Enterprise NX-01 foi lançada como modelo físico pela Eaglemoss. Muito provavelmente, o modelo que vemos neste episódio é da Eaglemoss.
  • Ele também tinha um modelo do cruzador de batalha promelliano em uma garrafa. No episódio “Booby Trap”, de A Nova Geração, Picard revelou que costumava construir modelos de naves em garrafas, incluindo um cruzador de batalha promelliano. Essa mesma nave em garrafa pode ser vista no escritório de Picard do século 25 (“The Star Gazer”, episódio de abertura desta temporada).
  • Para explicar a visão de Yvette Picard presente no episódio “Where No One Has Gone Before”, de A Nova Geração, Picard diz que “costumava imaginar vê-la, mais velha, oferecendo-me uma xícara de chá e pedindo uma conversa”.
  • As armas que Tallinn traz consigo para a luta são uma pistola e um rifle disruptores romulanos, como aqueles que Laris confiscou de um esquadrão da morte romulano da Tal Shiar, no episódio “The End is the Beginning”, da primeira temporada da série.
  • Picard se defendendo dos borgs com uma arma de fogo tradicional não foi diferente de quando usou uma metralhadora para derrubar alguns borgs em Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato.
  • Em outra referência à mitologia grega na temporada, Jurati acusa a Rainha Borg de ter uma “arrogância digna de Ícaro”, referindo-se à arrogância do personagem mitológico ao voar muito próximo do Sol com asas feitas de cera.
  • Prometendo comportar-se, a Rainha diz que Picard não terá de ser um “caçador de borgs”, um título exigido pelo general Picard na linha do tempo da Confederação.
  • Um holograma de combate de emergência de Elnor foi criado pela consciência de Jurati e tinha um emissor móvel muito parecido com o usado pelo Doutor em Voyager, introduzido no episódio “Future’s End”.
  • Maurice Picard lê em um padd em casa, provavelmente devido à natureza antiquada da mídia impressa no século 24. Os livros antigos ainda existem, mas provavelmente é difícil ler as notícias do dia em qualquer coisa, exceto um dispositivo digital.
  • Uma nave da classe Excelsior completa, com naceles de dobra iluminadas, está em exposição na sala de estar da família Picard.
  • Como a “verdadeira Sirena”, a versão da nave de Rios da linha do tempo da Confederação também tem um projetor holográfico incorporado. A nave dessa realidade, no entanto, pode criar réplicas de qualquer pessoa que embarque na nave.
  • Como a programação de Data, em Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato, Jurati bloqueia os computadores da nave a partir do acesso borg usando uma trava de criptografia fractal.
  • Soubemos neste episódio que, depois que a Voyager voltou ao Quadrante Alfa, Sete de Nove tentou entrar para a Frota Estelar, mas sua entrada foi negada por ser borg, apesar dos protestos da capitão Janeway. Icheb provavelmente não teve problemas, porque, quando foi assimilado, a única exposição do jovem à vida borg foram os poucos meses que ele passou dentro de uma câmara de maturação.
  • Janeway ameaçou renunciar para que a Frota Estelar reconsiderasse a sua posição, semelhante a quando Picard renunciou para pressionar a Frota Estelar a continuar a missão de resgate romulana.
  • Falando da almirante Janeway e da Voyager, Jurati mostra à Rainha Borg a destruição de vários cubos borgs. Isso parece fazer referência ao final de “Endgame”, no qual uma Janeway de um futuro alternativo destrói um centro transdobra e várias naves borgs.
  • A nova Rainha Borg/Jurati também menciona que planeja “traçar um rumo para o Quadrante Delta” porque, como estabelecido no episódio “Q Who?”, de A Nova Geração, e em todo o seriado Voyager, é lá que que os borgs vivem.
  • O título do episódio, “Hide and Seek”, refere-se ao jogo infantil “esconde-esconde”, que já foi referenciado muitas vezes em Jornada nas Estrelas e aparentemente é transcultural, como brinca Rom: “Agora você vai se esconder e eu vou procurar você” (“The Magnificent Ferengi”, de Deep Space Nine), quando Quark afirma que está procurando Rom por toda a estação.
  • O esconde-esconde também é visto em “Fortunate Son”, de Enterprise, e “True Q”, de A Nova Geração.
  • A segunda aparição de Q foi em um episódio com título semelhante, “Hide and Q”, que na verdade tem pouca coisa escondida.
  • O combate terrestre com os ex-militares das forças especiais assimilados não parece particularmente perigoso, embora a ameaça dos borgs nunca tenha sido sua proeza de combate, ao contrário de sua capacidade de continuar trazendo drones para uma situação e adaptar-se.
  • Sete transporta os borgs para as paredes dos túneis abaixo do Château Picard. Em “Strange New World”, de Enterprise, vimos um membro da tripulação da NX-01 se fundir com rochas, folhas e outros detritos durante um transporte em uma tempestade. No episódio “In Theory”, de A Nova Geração, vimos uma oficial da Frota Estelar embutida no piso de um corredor, em uma cena um tanto perturbadora que pode ter ficado na mente de alguns telespectadores mais jovens da época, bem como na idade adulta.
  • Jurati não foi a primeira a imaginar uma Coletividade Borg reformada e benevolente. A Cooperativa, a Nova Cooperativa, a Unimatrix Zero e o Artefato, vistos nos episódios “Unity”“Unimatrix Zero”, de Voyager, e “Remembrance”, de Picard, foram todos ramos da Coletividade Borg que não compartilhavam do seu objetivo principal de atingir a perfeição e não utilizavam a violência para assimilar novos indivíduos ou culturas.
  • No final do episódio “Temporal Edict”, de Lower Decks, tivemos um vislumbre de uma sala de aula em algum ponto desconhecido no futuro, onde as crianças borgs estavam aprendendo sobre a história da Frota Estelar, juntamente com humanos e ferengis. Essas crianças talvez fossem desse grupo da Rainha Jurati.
  • A afirmação de Adam Soong a Picard de que “Em outro futuro, imagino que talvez tivéssemos nos tornado amigos” ecoa o comandante romulano em “Balance of Terror”, dizendo a Kirk: “Em uma realidade diferente, eu poderia ter chamado você de amigo”.
  • Antes do tricorder romulano visto neste episódio, um equipamento desses só tinha aparecido (explicitamente) uma vez, 28 anos antes, em Star Trek: Generations. Esse item foi projetado por John Eaves.
  • Um quadro, Neptune Seen from Titan, é visto na sala de estar da família Picard em 2315. Esse quadro é de Rick Sternback e foi visto apenas no observatório, nos episódios “Encounter at Farpoint” e “The Big Goodbye”, da primeira temporada de A Nova Geração. Também pode ser visto na biblioteca de Picard em 2401, no episódio “The Star Gazer”, no mesmo local que ocupava antes.

Ficha Técnica

Escrito por Matt Okumura & Chris Derrick
Dirigido por Michael Weaver

Exibido em 28 de abril de 2022

Título em português: “Esconde-Esconde”

Elenco

Patrick Stewart como Jean-Luc Picard
Alison Pill como Agnes Jurati e Rainha Borg no corpo de Jurati
Jeri Ryan como Sete de Nove
Michelle Hurd como Raffi Musiker
Evan Evagora como Elnor
Orla Brady como Tallinn
Santiago Cabrera como Cristóbal “Chris” Rios
Brent Spiner como Adam Soong

Elenco convidado

Annie Wersching como Rainha Borg
James Callis como Maurice Picard
Madeline Wise como Yvette Picard
Sol Rodriguez como Teresa Ramirez
Kay Bess como computador da nave La Sirena
Steve Gutierrez como Ricardo
Dylan Von Halle como Picard jovem

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Trívias de Maria Lucia Rácz
Edição de Nívea Doria

Revisão de Susana Alexandria

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