Cawley fala sobre fanfilm, Abrams e o cânon

james-cawley.jpgO produtor executivo e ator da série Star Trek: Phase II James Cawley concedeu entrevista ao site TrekNation, onde comentou sobre sua participação no filme de J. J. Abrams, o cânon e os planos futuros para o seu fanfilm. Veja as partes mais importantes de sua entrevista.

Como se deu sua participação no filme?

Cawley: “Tudo começou com o Marc Zicree, que dirigiu o episódio “World Enough and Time“. Abrams e Zicree são amigos. Abrams é um grande fã de “Twilight Zone” e Zicree escreveu uma bíblia sobre a série. Quando eles se encontraram, Zicree comentou sobre o episódio do fanfilm e o produtor ficou muito interessado. Foi quando Zicree sugeriu que ele desse uma olhada em mim para uma participação no filme. Eu recebi uma ligação para fazer um teste em Nova York. Nunca esperava por isso. Eles gravaram e eu fui chamado”.

Você fez o papel de Kirk no teste? Como você soube que estaria no filme?

Cawley: “Não. Eles estavam procurando por alguém de 20 e eu tenho 41 anos. Eu fiz o teste e esperei alguma coisa. Foi quando ocorreu a greve dos roteiristas e não fiquei sabendo de mais nada. Quando voltei para Califórnia, para a produção de New Voyages, uma pessoa da Paramount me telefonou dizendo que queria falar comigo sobre o fanfilm. Chegando lá, antes de falar com a pessoa, fui com um amigo dar uma olhadinha pelos estúdios. Aí surgiu J. J. Abrams que me reconheceu e perguntou o que estava fazendo ali. Eu disse que ia a um encontro e ele me convidou para conhecer os sets de gravações. No fim ,acabei sendo um figurante glorificado no filme. Fiquei satisfeito por encontrar com Abrams e saber o que eles estavam tentando fazer com a franquia”.

Você viu alguma coisa do script?

Cawley: “Não vi nada do script. Eu estava envolvido em quatro cenas, mas, baseado no que testemunhei, acho que será uma história maravilhosa. Eu tive uma conversa com Abrams e o mais importante que ele disse foi que está tentando capturar o sentimento da série dos anos 60. Isto é, a mensagem de otimismo, esperança e diversidade. Eu acho que ele pegou o sentido da coisa. A Enterprise pode ser diferente, em termos físicos, o design de produção pode ser diferente, mas ele pegou o coração do que fez a série original ser grande. Ela está em boas mãos”.

Em termos de cânon, o filme muda alguma coisa? E com relação a New Voyages, o que você pretendia?

Cawley: “Se as coisas mudam, e não sei em que grau elas mudam, estou certo de que eles tomarão algumas liberdades com o cânon, porque eles têm de enfrentar isso. Mesmo a série original teve problemas com o seu cânon e os fãs esqueceram isso. Meu objetivo com New Voyages foi provar duas coisas: que os personagens e a Enterprise original foram o núcleo central de Jornada. Eu sempre senti que eles eram Shakespearianos. Qualquer ator competente poderia interpretá-los, porque eles são o que é de mais importante. E eu provei isso. Eu honestamente acho que os downloads e a atenção que estamos tendo das pessoas, isso é Jornada. Segundo que eu sempre achei que a série não havia sido cancelada. Para mim eles queriam mais um ano. Eu queria isso. Estava com 12 anos e queria que a série retornasse. Eu queria continuar com ela. Então se as coisas mudarem com o filme, New Voyages permanecerá como está. Embora estejamos planejando algumas mudanças, estamos aprefeiçoando a série. Ela estará literalmente indo para a Fase II. Nosso objetivo é trazer aspectos que foram abortados na série”.

Está tudo bem com a Paramount?

Cawley: “Sim. A Paramount e a CBS têm sido legais conosco. Eles têm estado cientes de nós desde o primeiro episódio. Eu tenho dito que esse grupo de pessoas do estúdio que tem estado no comando de Jornada tem um nível de apreciação para o fandom que eu nunca vi antes. Nem mesmo quando Gene Roddenberry estava lá”.

Melhor do que Rick Berman?

Cawley: “Rick fez sua parte. As pessoas podem xingá-lo e dizer que ele fez coisas ruins, mas no fim tivemos 700 horas de Jornada. Esse é um record muito expressivo e acredito que eles conhecerão de sua própria fadiga”.

Fonte: TrekNation

Edição: Nívea Doria