Casal Okuda critica nova política espacial da NASA

O orçamento proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, frustra a tentativa dos americanos de retornarem à Lua. Na proposta apresentada haveria uma alteração na política da NASA, incluindo o cancelamento do programa Constellation. Como simpatizantes da exploração no espaço, o casal de designers gráficos, Michael e Denise Okuda, mostrou desapontado com o fim do projeto. Numa mensagem enviada ao site TrekWeb, eles comentaram o fato.

O programa Constellation implantado pela administração Bush desde 2004, “planejava usar uma abordagem similar ao do programa Apollo para levar astronautas de volta à Lua, 50 anos depois do triunfo daquele programa”, disse o comunicado do governo. Embora muito se tenha avançado no projeto, o cronograma para levar o homem à Lua em 2020 estava muito atrasado, acarretando em mais gastos que não poderiam mais ser suportados pelo orçamento público.

O presidente Obama considera o programa “muito caro e sem inovação”, rebatendo as críticas da oposição, “um passo atrás seria tentar recriar as alunissagens de 40 anos utilizando largamente a tecnologia de ontem, em vez de apostar em nova tecnologia que nos possa levar mais longe, mais rápido e melhor para o espaço”.

A alternativa, na visão da equipe do presidente, seria a aplicação de incentivos às empresas privadas para criarem uma nova geração de foguetes e de naves para voos espaciais tripulados. No entanto, a proposta encontra opositores, entre eles estão Michael e Denise Okuda, o casal de arte gráfica com muitos trabalhos na franquia.

Veja a mensagem envia por eles ao site TrekWeb.

Como apoiadores de longa data da real exploração do espaço, Denise e eu ficamos desapontados ao sabermos que a proposta de orçamento da NASA para 2011 iria cancelar o Projeto Constellation e o retorno previsto para a Lua. Constellation, como você deve saber, começou em 2004, após a trágica perda do ônibus espacial Columbia e da sua tripulação. NASA estava determinada a fazer vôos espaciais mais seguros para seus astronautas, e ela sabia que tinha que dar a esses astronautas uma missão de valor: Explorando a fronteira final.

Constellation está encarregado de desenvolver propulsores, naves espaciais, e outros sistemas para fornecer um substituto mais seguro para o ônibus espacial, um sistema que permitisse um retorno à Lua com o propósito específico de desenvolver a capacidade para o ser humano viver em outro mundo. Ao contrário do Apolo, o Constellation foi concebido para funcionar com um orçamento relativamente limitado. Os impulsionadores da Constellation, Ares, são baseados em tecnologia do Space Shuttle, reduzindo os seus custos de desenvolvimento e melhoria da segurança e confiabilidade.

Desde 2004, a NASA tem feito muito progresso com o Constellation. Novos motores de foguete foram desenhados e testados. A plataforma de lançamento de novo foi construída no Centro Espacial Kennedy, e uma enorme torre de lançamento acaba de ser concluída. Protótipos de cápsulas Orion estão sendo testados, como protótipos de roovers estão viajando através do deserto. O trabalho de design para as sondas lunares Altari e da próxima geração de trajes espaciais está bem encaminhado. E em Outubro passado, a Nasa realizou o primeiro lançamento com sucesso do Projeto Constellation, O Desenvolvimento para Ensaios em Vôo do Ares IX. Finalmente estamos no nosso caminho de volta à Lua, e dirigindo-se para Marte.

Agora, a administração propôs cancelar o Constellation em favor de um caminho “flexível” de desenvolvimento de tecnologia e a utilização de serviços de lançamento comercial para os astronautas entrarem em órbita. Embora o desenvolvimento da tecnologia seja uma idéia muito boa, não é um substituto para uma missão real, com um objetivo real. Sem um objetivo e um plano específico, acreditamos que a NASA, por mais bem-intencionada, irá simplesmente acabar por gastar muito dinheiro sem realmente ir a lugar nenhum. Já aconteceu antes. Nós não queremos que isso aconteça novamente. E quando acreditamos que o voo espacial comercial será uma realidade num futuro relativamente próximo, o fato é que essa capacidade não existe ainda. O vôo espacial é um empreendimento difícil e perigoso, e seria tolice jogar fora o futuro do programa espacial da nossa nação, abandonando o desenvolvimento de sistemas que já estão inseridos. Com tantos progressos já realizados, acreditamos que o cancelamento do Constellation seria um grave erro.

A boa notícia é que o orçamento proposto é exatamente isso: uma proposta. Ao longo das próximas semanas, o Congresso vai analisar a proposta e fazer as alterações que julgar necessárias. Constellation pode ser salva se os membros do Congresso – e do Presidente – verem o que seus eleitores querem. É por isso que estamos a pedir-lhe apoio ao Constellation, por escrito, ao Presidente e aos seus representantes eleitos.

Aqui está um site que nós criamos com mais informações sobre o Constellation, além de recursos sobre como chegar aos políticos.

http://www.supportconstellation.com/

A exploração espacial é vital fonte de tecnologia e inovação para a nossa sociedade. O programa espacial é um dos meios mais eficazes de estimular o crescimento econômico, tanto no curto quanto no longo prazo. A exploração inspira os nossos jovens, e ao mesmo tempo nos ajuda a compreender as maravilhas da fronteira final, agora e no futuro. Queira juntar a nós no sentido de tornar a realidade de um futuro, escrevendo cartas e espalhando a palavra aos seus amigos. Nós precisamos muito da sua ajuda, e nós precisamos hoje.

Atenciosamente,

Mike and Denise Okuda

21 Comments on "Casal Okuda critica nova política espacial da NASA"

  1. Apesar de lamentar, entendo a posição de Obama.
    É um momento de crise e levar o homem à Lua novamente teria que ter um grande objetivo, o que parece não ser o caso aqui. E isso pode trazer um aspecto muito negativo, politicamente falando.

    É uma pena, porque quanto mais demora para o homem voltar à Lua, mais vai demorar pra termos bases lunares e uma possível missão à Marte.

  2. Mas eles tem o que reclamar, já que o Okuda, foi responsável pelos logos das missões Constelation e do foguete Orion.

  3. Na verdade acho que um meio termo seria o ideal, já que o projeto constelation ainda vai demorar anos e a inclusão de recursos privados seria uma boa injeção de tecnologia. Agora que tem politica nisso isso tem. Afinal o Obama corre o sério risco de ser considerado uma falsa esperança (se ja não é) pois tudo o que prometeu se mostrou um bocado de papo furado. Por isso ele está cortando custos do que não ficará pronto antes das próximas eleições e jogando onde ele poderá arrecadar votos. É que ele anda muito com o nosso barbudo hiper-tenso.

  4. xi… tá começando a faltar notícias para atualizar o site…

  5. Gostei da matéria, Jornada tem tudo a ver com a exploração espacial. O que me admira na verdade é como os EUA ainda conseguem manter um programa espacial com duas guerras (bombas) na mão em plena crise economica, acho que até pra eles tudo tem um limite.
    É uma pena ver que a cada ano o sonho de ver o homem pisando em Marte ou voltando a Lua fica cada vez mais distante, mas a esperança é que isso TEM que acontecer, senão estaremos condenando o futuro da raça humana.

  6. Alan Pires Ferreira | 13 de fevereiro de 2010 at 10:42 am |

    Analisemos friamente os dados: em 2003 o orçamento militar dos EUA foi de US$ 379 bilhões, enquanto o orçamento da NASA para exploração pacífica do espaço foi de meros US$ 15 bilhões. Todo o bem-sucedido programa de sondas espaciais dos EUA na década de 70 (que expandiu várias vezes nosso conhecimento do Sistema Solar) custou o equivalente ao desenvolvimento de uma única nova bateria de mísseis terra-ar!

    Sempre que vejo esses senhores da guerra alegando contenção de despesas para cortar gastos da NASA, com apoio de pessoas desinformadas como alguns desse fórum, meu estômago embrulha pelo resto do dia. É muita ignorância.

  7. Aspen, considerar os limites orçamentários dos EUA dentro daquilo que cada área consegue ter disponível em dado momento, devido a questões políticas, pode ser várias coisas, menos desinformação gratuita. Portanto, menos drama e mais análise fria, por favor.

  8. Não sou entendido no assunto, mas acho a idéia do Obama sensata e realista diante na situação atual. A iniciativa abre espaço literalmente para as empresas ampliarem seu investimento, já que elas estão presentes em vários setores da exploração espacial. O empreendimento privado pode ajudar a reanimar a capenga viagem espacial, tendo as regras estabelecidas e os limites impostos, para que as explorações também não fiquem restritas a interesses pessoais ou de mercado. Acho que o Obama tem essa visão e como ele mesmo disse poderemos, quem sabe, viajar mais rápido as estrelas com um impulso privado do que se fosse apenas de investimento do governo.
    Acho que a idéia é válida. Se vai dar certo aí é outra história.

  9. Post 6: é isso mesmo, pra gastar com armas, tem sempre dinheiro… e os EUA lucram muito com isso.

  10. Também acho que ommomento é de reestruturação da bease econômica, após isso poderemos ter um programa coerente.
    Seria impraticável criar um progrma dispendioso, enquanto muitos americanos perderam suas casas e estão em situação precária com suas mulheres e filhos no rua ou vivendo dentro de carros.

  11. Alguém acha que algum cara pálida realmente chegou à Lua?

    Como é que um equipamento tão rudimentar como uma navezinha americana poderia se lançar às rudes condições espaciais, pousar na Lua, decolar e voltar com o mesmo galão de oxigenio com que saiu da Terra????

    E isso sem processadores Pentium, em uma época de transistores comuns e válvulas de televisão!

    Vamos acordar Gente!!!

  12. Isso vai durar até um chinês colocar os pés na Lua. Aí os yankees acordam de novo…

    Nossa realidade parece mais a do Universo Espelho… 😛

    As coisas só funcionam com guerras e conflitos.

  13. Post 11: se fosse mentira, quem mais lucraria com a divulgação disso seria a antiga União Soviética e China. Por isso acho que é verdade.

  14. Raul
    Justamente vc não acredita no pouso na Lua?

  15. Eu tenho exatamente zero de paciência para “teorias” de Moon Hoax, que eu classifico como o mesmo tipo de cretinice de Negação do Holocausto. É essencialmente trollismo disfarçado de discussão válida, e portanto, algo não bem vindo em nossa comunidade.

  16. Leandro … desta vez vc rasgou o verbo ….

  17. Henrique Hübner | 15 de fevereiro de 2010 at 6:38 pm |

    “Moon Hoax” é manobrado por gente que quer vender entretenimento com base nisto mesmo: “teoria da conspiração”; atrás de incautos como o cidadão do post 11…

    É realmente lamentável!

    Mas temos o outro lado da moeda sobre o pobre Programa Apollo e mais uma famigerada “teoria da conspiração” no pseudo-documentário “Moon Rising”: http://www.youtube.com/watch?v=uBFMRG8VwyU

  18. Pois é, Gente…
    Então…

    A minha opinião vem dos pesos dos fatos tecnológicos daquela época, como descrevi: rudimentares.

    Li muitos livros sobre os planos da NASA e dos cientistas sobre o que viria com o know-how da viagem à lua.

    Tudo o que temos hoje é uma ISS. Nenhum veículo espacial foi capaz de deixar a órbita padrão e ir dar uma volta no quarteirão. (Bem que o Space Shuttle poderia ir e voltar da Lua, né!)

    O que aconteceu com aquela tecnologia toda da década de sessenta? (desenterrem tudo pois aquela é a verdadeira tecnologia capaz de nos lançar ao espaço profundo!)

    Por qual razão o programa espacial não evoluiu junto com os computadores? (Computadores não levam ninguém a lugar algum. Temos que fabricar naves e foguetes! Vamos recauchutar a Apollo e o resto dos deuses gregos!)

    É lógico que eu quero ver a coisa toda ir para frente e um dia alcançarmos a velocidade warp, mas a realidade é tal que tudo o que vejo é um monte de blábláblá.

    Se nas últimas décadas não conseguimos mais voltar à Lua, será que fomos para Marte mesmo? (Que raio de tecnologia é essa que permite a comunicação entre a Terra e os robôs em Marte? As leis da física permitem tal façanha? Se alguém explicar agradeço.)

    Bom, me parece que a China está planejando ir à Lua. Espero que os resultados dessa empreitada sejam mais plausíveis do que dos americanos. (espero muito que os chineses tirem uma foto com a bandeira americana que ficou por ali.)

    Não gosto de ser incrédulo, I WANT TO BELIEVE, mas falta alguma coisa nessa história toda. Não me convenceu.

    Só isso. (Podem me malhar! fazer o quê…) 🙂

  19. Raul, alguém que demonstra tanta ignorância sobre tecnologia e sobre o que é ou não é possível no campo aeroespacial simplesmente não tem como ser levado a sério em uma discussão destas. Exemplo? Dentre os inúmeros na mensagem anterior, podemos destacar o “Que raio de tecnologia é essa que permite a comunicação entre a Terra e os robôs em Marte?”

    É, claro, claro, deve ser mágica mesmo o que se faz, pois não é como se nossa civilização já não tivesse obtido tecnologia que torna possível a… não sei… talvez a transmissão de um sinal de rádio de um aparelho eletrônico até outro aparelho eletrônico sem usar fios.

    Portanto, papinho de “não me convenceu” vindo de alguém que não demonstra capacidade alguma para compreender o tema, mas ao mesmo tempo quer posar de incrédulo ao questionar as capacidades tecnológicas envolvidas na questão e julgar o que é ou não é rudimentar… simplesmente não há como haver nenhuma discussão válida.

    Infelizmente de tempos em tempos tópicos sobre tecnologia espacial acabam mesmo poluídos por este tipo de trollagem barata. Ergo, tópico fechado, pois eu simplesmente não tenho paciência e tempo para perder como isto — como justificativa para tal decisão da moderação, fica a expansão de minha consideração anterior, originalmente postada no Fórum do TB.

  20. Aos colegas do Trekbrasilis e ao senado da Frota Estelar.

    Bom…

    Ainda acredito que vivo em um país democrático em que podem coexistir pessoas de várias opiniões, conceitos, idéias e visões.

    Acredito que ainda há liberdade de expressão, liberdade para posicionamentos e também neutralidade.

    Exerci esta liberdade democrática. Expus dúvidas (mescladas no meu íntimo com uma certa decepção quanto ao assunto que abordei) pois até hoje me pergunto: Se todas as boas idéias evoluíram – Graham Bell, Ford, o nosso herói Santos Dumont
    – por que o maior sonho da Humanidade não seguiu o mesmo caminho?
    Falta de interesse do público? Ou investir em jornadas espaciais não dá lucro?

    Há pessoas que falam mal de Voyager, ou de Star Trek em sua tentativa atual de reviver a série, pois bem, cada um tem sua opinião! Nem por isso se tornam inimigas ou vilãs irremediáveis.

    No meu caso, me abri em relação ao meu ceticismo sobre a questão e aceitei o debate. Não neguei minhas “ignorâncias”, se alguém tivesse explicado a questão da transmissão de dados interplanetária, tal explicação seria um acréscimo ao meu parco entendimento.

    Se vos pareci irônico, vos digo que tentei ser no mínimo simpático, mais leve, pois tal incredulidade é tabú na corrente científica.

    Da mesma forma que me abri, esperava de boa mente, respostas e colaborações interessantes em prol do assunto, mas acabaram encerrando de vez a possibilidade de postagem no final daquela matéria.

    Em nenhum momento me ocorreu que questionar a chegada à Lua seria um ato de trollismo ou ofensa. Não citei nomes nem soltei “palavras de baixo calão”.
    Acho que segui o mínimo das regras básicas de postagem deste respeitável site que sempre primou pela ordem e democracia.

    Todavia, pela comoção causada, peço desculpas sinceras aos participantes simpatizantes de Jornada nas Estrelas, e principalmente aos mantenedores do Trekbrasilis que, com muito labor e empenho, tem tornado este lugar em realidade.

    Agradeço por este espaço e à atenção a mim dispensada.

  21. Raul, em consideração a sua ativa e boa participação no TB, eu estou abrindo uma exceção e transferindo sua mensagem para o tópico pertinente, apesar de ela ter sido postada em outro tópico, violando assim o critério das regras do TB de quando um assunto é encerrado, então é encerrado, e não deve interferir em outros tópicos. Todavia, notem bem todos: isto é uma exceção que não irá se repetir — o assunto acaba aqui, e o tópico continua fechado.

    Primeiro, como dito acima, há a questão de insistência no tema apesar do tópico fechado, mas disto já tratamos. Em segundo lugar, o conceito de “liberdade de expressão” não deve ser considerado como um cheque em branco que se pode usar de maneira absoluta de modo a defender posições desonestas — no caso aqui, é inadequado utilizar o conceito para tentar perpetuar uma evidente e clara mentira e desonestidade intelectual, o conceito de Moon Hoax.

    Da mesma forma que seria inadequado o fazer para, como o exemplo que coloquei, a Negação do Holocausto, pois ambas as coisas são a desonesta negação de evento histórico com absurda e inquestionável quantidade de evidência a respeito de terem ocorrido, negação esta que ocorre ou por ignorância somada a desinteresse em aprender realmente o tema, ou por canalhice ideológica para defender uma agenda política nociva.

    E em terceiro lugar, como eu disse originalmente no tópico do FTB, não é “questão de respeitar opinião”. Uma opinião pode sim ser indefensável e estar errada se ela se baseia em uma premissa equivocada e é defendida por clara mentira e/ou massivo desconhecimento do tema. Portanto, não é algo que faz valer respeito em primeiro lugar.

    Devido a estes fatores, a “discussão” em torno disto é apenas dar corda a trollismo, e portanto, não é bem-vinda. Da mesma forma, esta metadiscussão sobre a coisa em si também não agrega em nada, e neste momento estamos abrindo esta exceção apenas para deixar tais pontos esclarecidos e em consideração a sua boa participação pregressa em nossa comunidade.

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